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Arquivos de Pio XII devem continuar secretos por até 7 anos

Pio XII chefiou a Igreja Católica de março de 1939 a 1958, e muitos historiadores o acusam de anti-semita

Por EFE
Atualização:

ocumentação relativa ao Pontificado de Pio XII (1939-1958) no Arquivo Secreto Vaticano não se tornará pública até dentro de seis ou sete anos, informou o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi. Vaticano rejeita abertura de arquivos do HolocaustoIntenção de tornar Pio XII santo gera mais polêmicaBento XVI defende beatificação e canonização de Pio XII  Lombardi respondeu assim ao rabino David Rosen, que solicitou essa abertura ao ser recebido pelo papa Bento XVI no Vaticano liderando a delegação do Comitê Judeu de Consultas Inter-religiosas.  Rosen disse que nas visitas de Bento XVI ao campo de extermínio de Birkenau, na Polônia, e recentemente em Paris, "sua santidade afirmou que o racismo foi também um ataque às raízes da própria Igreja".    "Agradecemos aos cristãos por salvarem tantos judeus naqueles terríveis anos e reiteramos nosso respeitoso pedido para um total acesso a todo o material arquivado, de modo que as manifestações sobre as ações e a política daquele trágico período possam ter a credibilidade que merecem em nossas comunidades", disse Rosen.  Lombardi, em comunicado no qual não citou o pedido, manifestou que o Vaticano considera "compreensível e justificada" que solicitem a abertura desses arquivos.  Pio XII chefiou a Igreja Católica de março de 1939 a outubro de 1958 e muitos historiadores o acusam de anti-semita e de não se colocar contra o regime de Hitler, algo sempre negado pelo Vaticano.  O porta-voz do Vaticano declarou que o material requisitado soma pelo menos 16 milhões de cartas, em 15.430 pastas e 2.500 pacotes.  Como "o trabalho é longo e meticuloso e o pessoal especializado é limitado, o administrador regional do Arquivo Secreto, Sergio Pagão, afirmou que o tempo previsto é de pelo menos seis ou sete anos", assinalou Lombardi.  Em setembro de 2006, o Vaticano abriu ao público toda a documentação relativa ao Pontificado de Pio XI (1922-1939) existente no Arquivo Secreto, destacando documentos sobre a Guerra Civil Espanhola (1936-39), a Alemanha nazista e a Itália fascista.  O anúncio feito por Lombardi acontece após o crescimento das críticas de rabinos e políticos israelenses à eventual beatificação de Pio XII, cujo processo está aberto e à espera de que o papa - em "etapa de reflexão", segundo o Vaticano - reconheça se o candidato tinha  "virtudes heróicas", primeiro passo rumo à santidade.

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