O prefeito do Arquivo Secreto Vaticano, Sergio Pagano, informou que os registros referentes ao pontificado de Pio XII (1939-1958) estarão disponíveis para o acesso de estudiosos em até cinco anos.
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Em entrevista ao jornal Il Messaggero, Pagano explicou que os arquivos permanecem secretos por "motivos técnicos", não por razões "políticas".
De acordo com ele, o Vaticano trabalha na "preparação, sistematização, inventário, numeração de um complexo de documentos muito extenso" - mais de 16 milhões de textos.
"A Santa Sé tem todas as vantagens na abertura dos registros do pontificado de Pio XII, que foi crucial por muitos aspectos, mas de quem não há nada a temer", afirmou.
No dia 17, quando o papa Bento XVI visitou a sinagoga de Roma, o rabino-chefe da capital italiana, Riccardo Di Segni, pediu a abertura dos arquivos secretos do Vaticano e de todas as instituições católicas que abrigaram judeus durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O livre acesso a estes documentos é uma demanda antiga de membros da comunidade hebraica e do governo de Israel. Os textos referentes a Pio XII têm ainda mais importância porque este papa é acusado pelos judeus de ter sido omisso perante a morte de milhões de hebreus no episódio que ficou conhecido como Holocausto.
Em dezembro, o porta-voz da Chancelaria israelense, Igal Palmor, reiterou a solicitação para a abertura dos registros secretos daquele pontífice a fim de que historiadores pudessem "avaliar" seu comportamento durante a Segunda Guerra Mundial.
Segundo o prefeito do Arquivo Secreto Vaticano, "ocorrerá a longa investigação de historiadores sérios, os quais sabem bem que os documentos para ver são muitos, de diversas fontes, de diferentes tradições e qualidades".
Para chegar a um juízo no mérito "de um problema tão grave", afirma Pagano, "será preciso tempo e escrúpulo".