Astronautas completam missão de reparos no Hubble

Esta foi a quinta e última caminhada espacial de conserto e a última vez que mãos humanas tocam o telescópio

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Por AP
Atualização:

Depois de cinco dias, os astronautas terminaram o trabalho de conserto do Telescópio Hubble nesta segunda-feira, 18, às 3h22, após 7h02 de trabalho, e fecharam as portas do precioso observatório, que nunca mais será tocado por mãos humanas.

 

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A Nasa disse que o telescópio que voltou a funcionar estará melhor do que nunca graças aos esforços dos astronautas, e deverá oferecer visões ainda mais deslumbrantes do universo por outros cinco ou dez anos.

 

Durante essa última visita ao Hubble, os astronautas da nave Atlantis equiparam o telescópio com dois instrumentos novos, além de novas baterias e giroscópios. Os equipamentos de US$ 220 milhões permitem que o telescópio aprofunde-se ainda mais no cosmos, até 13 bilhões de anos atrás.

 

Esta foi a quinta e última caminhada espacial para a tripulação da Atlantis, e a quinta e última visita de astronautas ao Hubble. "Esse é mesmo um dia excelente", disse o controle da missão para os astronautas, "um dia excelente para terminar esse trabalho."

 

Ansiosos para deixar o observatório de 19 anos da melhor forma possível, o mecânico-chefe John Grunsfeld e Andrew Feustel saíram para a caminhada espacial com uma hora de antecedência, e deram ao telescópio um novo conjunto de baterias e um novo sensor que permitirá que o Hubble mire com precisão os alvos do espaço. Isso lhes deu tempo suficiente para instalar folhas de aço de proteção contra a radiação e mudanças extremas de temperatura do espaço.

 

Foi um trabalho bagunçado. Pedaços da antiga cobertura contra quebravam se quebraram e flutuaram para o espaço. "Eu pretendia recuperá-los como lembrança", disse Grunsfeld. Enquanto ele aplicava a nova camada protetora com um rolo, uma voz do espaço cantava "rollin', rollin', rollin", canção tema de um programa de televisão norte-americano, Rawhide.

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Apenas uma das outras quatro caminhadas espaciais correu tão tranquilamente. A de domingo foi particularmente irritante: um parafuso quase impediu outra equipe de astronautas de fixar um instrumento científico. A força bruta salvou o dia, mas tanto tempo foi perdido que os astronautas não conseguiram instalar nenhuma das partes da cobertura. Grunsfeld e Feustel completaram o trabalho adiado da missão de domingo, 17. Os astronautas irão soltar o Hubble na terça-feira, 19.

 

Durante a missão, os quatro astronautas, dois por equipe, conseguiram consertar dois equipamentos que estavam quebrados há muitos anos (nunca estivera nos planos da Nasa consertar esses instrumentos no espaço) e substituíram um dispositivo de tratamento de dados que já não funcionava tão bem. Eles também instalaram um dispositivo para que um robô possa se acoplar com facilidade ao telescópio para levá-lo ao Oceano Pacífico por volta de 2020. Com tudo isso, essa visita ao Hubble custou mais de US$ 1 bilhão.

 

David Leckrone, cientista sênior do projeto do Hubble, esperava que os astronautas desse um abraço de despedida por todos os "milhares e milhares que gostariam de abraçar o telescópio em todo o mundo."

 

Grunsfeld, astrofísico e a pessoa que passou mais tempo trabalhando em órbita do Hubble, deve fazer as honras. Ele visitou o Hubble duas vezes antes, e planeja usar o telescópio, quando voltar à Terra, para estudar a Lua.

 

A Nasa espera colocar o Hubble funcionando até o final do verão, seguindo muitos testes de suas novas peças.

 

Desde já, no entanto, os cientistas conseguiram mais do que esperavam do Hubble, que foi lançado em 1990 com uma expectativa de funcionamento por 15 anos. Uma vez que sua visão embaçada foi corrigida em 1993 e a reputação da Nasa restaurada, o telescópio começou a capturar imagens de tirar o fôlego: entre outras coisas, estrelas nascendo e morrendo.

 

Com a aposentadoria das três naves tripuladas restantes da Nasa no ano que vem, não haverá maneira de os astronautas voltarem ao Hubble. A nova nave em desenvolvimento será muito menor e não terá o grande braço robótico para agarrar o telescópio. O substituto do Hubble, o Telescópio Espacial James Webb, será lançado em 2014 por um foguete não tripulado e colocado em órbita em um local inacessível para os astronautas.

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