Astrônomos estudam estrelas mortas para entender planetas

As chamadas 'anãs brancas' revelam pistas sobre a construção de materiais ao redor de outras estrelas

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Por Redação
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Astrônomos se voltaram para um lugar inesperado para estudar a evolução dos planetas - estrelas mortas.   Observações feitas como o Telescópio Espacial Spitzer da Nasa revelam seis estrelas "anãs brancas" mortas cheias de restos de asteroides despedaçados. Isso pode soar pouco esperançoso, mas acontece que os asteroides destruídos estão ensinando os astrônomos sobre a construção de materiais de planetas ao redor de outras estrelas.   Até o momento, os resultados sugerem que os mesmos materiais que formam a Terra e outros materiais rochosos de nosso Sistema Solar podem ser comuns no universo. Se os materiais são comuns, então planetas rochosos podem ser também.   "Se você juntasse nossos asteroides e planetas, você encontraria o mesmo tipo de poeira que estamos vendo nesses sistemas estrelares", disse Michael Jura da Universidade da Califórnia, que apresentou os resultados nesta segunda-feira, 5, na reunião da American Astronomical Society. "Isso nos diz que as estrelas têm asteroides como os nossos - e, portanto, poderiam ter também planetas rochosos."   Asteroides e planetas se formam da poeira que paira nas proximidades de estrelas jovens. A poeira se junta, formando massas e, eventualmente, planetas completos. Asteroides são restos de detritos. Quando uma estrela, como o nosso Sol, se aproxima do final de sua vida, ela se torna uma gigante vermelha que consome os planetas mais próximos, enquanto empurra as órbitas dos asteroides remanescentes e planetas mais distantes. Enquanto a estrela continua a morrer, ela expulsa suas camadas mais superficiais e encolhe, tornando-se um esqueleto de sua forma anterior - uma anã branca.   Algumas vezes, um asteroide expulso vaga muito próximo de uma anã branca e encontra sua morte - a gravidade da estrela morta quebra o asteroide em pedaços. Algo similar aconteceu ao Cometa Shoemaker Levy 9 quando a gravidade de Júpiter o despedaçou.   Spitzer observou pedaços de asteroides ao redor das anãs brancas com seu espectrógrafo infravermelho, um instrumento que quebra a luz em um arco-íris de comprimentos de onda, revelando marcas de químicos.   Dados do Spitzer também sugerem que não há carbono nos detritos de rocha - de novo como os asteroides e planetas de nosso sistema, que têm relativamente pouco carbono.

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