Atlas mostra a incidência solar em todo o Brasil

Publicação serve para elaborar projetos de aproveitamento da energia do Sol

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Por Agencia Estado
Atualização:

Com o objetivo de impulsionar o uso da energia solar no Brasil e tornar disponíveis informações sobre seu potencial, o físico Chigueru Tiba, do Grupo de Pesquisas em Fontes Alternativas de Energia (FAE), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), coordenou a elaboração do Atlas Solarimétrico do Brasil. Com 28 mapas e várias tabelas, a publicação mostra, em 111 páginas, a quantidade de energia solar incidente e o número de horas de sol por dia em todo o País. Segundo Tiba, o atlas é destinado a técnicos, engenheiros, arquitetos, agricultores, universidades, concessionárias de energia elétrica, centros de meteorologia ou quem quer que esteja interessado em desenvolver projetos de aproveitamento da energia solar, que é uma fonte renovável e sustentável. "O conhecimento da incidência do sol em determinada região permite ao agricultor, por exemplo, a escolha da cultura mais adequada para aquele local", explica. "Já o arquiteto pode elaborar projetos com melhor aproveitamento da iluminação natural." Em termos técnicos, o atlas traz mapas com isolinhas (regiões com a mesma quantidade de energia ou radiação solar incidente, representadas com cores diferentes). O livro também mostra isolinhas de insolação. No primeiro caso, a medida é dada em Mega Joule, unidade que mede a quantidade de energia. No segundo, é dado o número de horas por dia que o Sol brilha em determinado local ou região. Tabelas - Essas informações também são apresentadas em forma de tabelas numéricas para 511 localidades do Brasil e 67 de países limítrofes. Esses dados estão no CD-ROM que acompanha o atlas. Por eles se fica sabendo, por exemplo, que as cidades de Petrolina (PE) e Floriano (PI) recebem tanta radiação quanto as regiões mais ensolaradas do mundo, como Dongola, no Deserto Arábico (Sudão), ou Dagget, no Deserto de Mojave (Califórnia, nos EUA). De acordo com Tiba, as tabelas são necessárias porque os mapas de isolinhas são instrumentos indicados apenas para análises de potenciais em médias e grandes regiões. "No caso de um projeto de aproveitamento de energia solar para aquecimento de água em uma cidade, é preciso conhecer os valores numéricos daquele local." Antes da publicação desse atlas, alguém que quisesse informações sobre radiação solar em determinado local teria muita dificuldade para encontrá-las. Elas estavam dispersas por dezenas de publicações espalhadas em inúmeras instituições do País. Tiba as compilou e reuniu num único volume. Para tornar ainda mais fácil o acesso a esses dados, 300 exemplares do atlas foram doados para as bibliotecas das universidade federais e de algumas particulares e para todas as sedes regionais da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em São Paulo, unidades da USP, da Unicamp e da Unesp também receberam o livro. Com a publicação do atlas, Tiba pretende que se discutam formas de aumentar o aproveitamento da energia solar no Brasil. Hoje, existem no País cerca de 42 mil sistemas solares fotovoltaicos - que transformam a energia do Sol em elétrica - instalados e mais de 2 milhões de metros quadrados de placas solares para aquecimento de água em residências. "Pretendemos que o atlas seja uma ferramenta que dê confiabilidade aos projetos de sistemas que usem energia solar", diz Tiba. "A ampliação do seu uso depende dessa confiabilidade."

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