Baleeiros usam canhões de água contra ambientalistas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Baleeiros japoneses usaram canhões de água contra ativistas do Greeenpeace que tentaram impedir o içamento de uma baleia arpoada nas proximidades da Antártida, nesta quarta-feira. A ação dos ativistas atrasou em 45 minutos o içamento, segundo o Greenpeace. Falando a bordo do barco Arctic Sunrise, o líder da expedição da ONG, Shane Rattenbury, afirmou que o grupo vai continuar seguindo o barco baleeiro Nisshin Maru, tentando fazê-los desistir da caça. Segundo Rattenbury, a expedição tem condições de permanecer no mar por vários meses, ininterruptamente. No confronto desta quarta-feira, os dois barcos do Greenpeace - Arctic Sunrise e Esperanza - bloquearam a rampa de içamento de baleias do Nisshin Maru, apoiados por botes infláveis. O comandante do baleeiro japonês acionou um barco de apoio, o Kyo Maru n.º 1, que começou a empurrar o Esperanza. "Por questões de segurança, o Esperanza recuou", disse Rattenbury. Enquanto isso, canhões de água eram direcionados contra os botes. Não houve danos às embarcações nem ferimentos entre os ativistas, segundo o Greenpeace. O baleeiro relatou o incidente ao Ministério de Agricultura e Pesca do Japão, e o chefe da Divisão de Pesca em Mares Distantes, Hideki Moronuki, condenou a ação dos ambientalistas, que classificou como "ilegal e perigosa". "Pedimos cordialmente que o Greenpeace pare com esse tipo de ação ilegal e deixe essas atitudes que colocam em risco nossas tripulações", afirmou ele. "Não temos motivos para interromper nossas atividades de pesquisa." O Japão anunciou no início deste ano que iria dobrar o limite de captura de baleias, para mil anuais, como parte do que afirma ser um "programa de pesquisa científica". A carne de baleia, muito apreciada no Japão, é vendida em restaurantes e até em lanchonetes, em sanduíches. A posição japonesa é condenada pelo Comitê Baleeiro Internacional, mas não há uma legislação internacional capaz de proibir a caça por um determinado país.

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