Cientistas do Hospital Universitário Ziekenhuis de Bruxelas disseram ter sido os primeiros a conseguir a extração de células-tronco embrionárias sem destruir o embrião, segundo informou nesta sexta-feira, 12, a instituição em comunicado à imprensa. No processo comum, as células-tronco são extraídas normalmente a partir de um embrião no quinto dia de seu desenvolvimento antes da implantação, o que implica necessariamente a destruição do embrião. No entanto, os cientistas belgas alegam terem conseguido extrair as células-tronco de uma célula do embrião - que tem quatro - no segundo dia de desenvolvimento. Desta forma, o embrião não seria destruído e as três células restantes poderiam seguir seu desenvolvimento e se implantarem, como embrião, no útero. "Este progresso pode ter conseqüências positivas para países onde, por razões éticas, extrair células-tronco esteja proibido, ou seja, controverso", destacou o hospital no comunicado. As células-tronco são um tipo especial de células indiferenciadas que têm a capacidade de se dividir indefinidamente sem perder suas propriedades e chega a produzir células especializadas. Podem ser obtidas em diferentes fases do desenvolvimento humano, seja do embrião, do feto, do recém-nascido ou do adulto. No entanto, as células-tronco embrionárias são as mais adequadas para o tratamento de doenças porque possuem uma capacidade indefinida de multiplicação e podem se transformar em qualquer tipo de tecido. Isto abriria o caminho para a cura de uma grande variedade de doenças vinculadas à regeneração celular, como a diabetes, ou degenerativas, como o mal de Alzheimer e as lesões neurológicas.