Bolsa do Rio preprara negociação de créditos de carbono

Tonelada deverá ser comercializada, em princípio, a US$ 5. Previsão é começar ainda neste ano

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores do Rio de Janeiro deve começar a negociar contratos de crédito de carbono a partir do final deste ano, estima o presidente Edson Figueiredo Menezes. Ele não soube informar em valores as perspectivas da bolsa com a negociação, mas acredita que a tonelada deverá ser comercializada em princípio a US$ 5, a exemplo do que já acontece em outros mercados. Na quinta-feira a bolsa lançou o banco de dados de projetos para serem negociados e teve pelo menos nove inscritos, sendo quatro deles provenientes do Metrô de São Paulo. Os demais são a AES Tietê, a Sabesp, o Governo do Estado de São Paulo, a companhia Anaconda Ambiental e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipe), ONG que desenvolve projeto no Pontal do Paranapanema. "A organização de um banco de dados deste porte por uma bolsa e o sistema de leilão por viva voz é uma iniciativa inédita no mundo, com algum similar sendo desenvolvido em Cingapura", afirmou Menezes. O presidente da BM&F, Manoel Felix Cintra Neto, comentou que o nível de exigências para a inscrição de um projeto no banco de dados faz com que ele praticamente já esteja aprovado pelos organismos internacionais para ser negociado dentro do mercado de carbono. Kyoto e mercados O secretário executivo da Comissão Interministerial de Mudanças Globais do Clima, José Domingos González Miguez, explicou que os projetos inscritos inicialmente terão como principal objetivo atender a todos os requisitos do Protocolo de Kyoto, mas não serão descartados projetos que se adaptem a mercados paralelos, como os que vêm sendo desenvolvidos em estados norte-americanos. Um dos exemplo negociados sem a intermediação de uma bolsa de valores foi o de um aterro sanitário em Nova Iguaçu (RJ), que recebeu investimentos de uma empresa holandesa em troca dos créditos de carbono. O projeto será estendido a outros municípios fluminenses e seus créditos serão negociados pela Bolsa do Rio. O professor Luiz Pinguelli Rosa, professor da Coordenadoria de Programas de pós-graduação de Engenharia da UFRJ (Coppe) e secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, afirmou que existem pelo menos 74 projetos sendo avaliados para entrarem para o banco de dados da bolsa. Mas ele destacou que é preciso haver maior seriedade para analisar a legibilidade desses projetos. "Senão isso vira um oba-oba e pode haver distorções na interpretação desse mercado", disse.   mudanças climáticas

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