Brasil deve ratificar Protocolo de Kyoto em setembro

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Brasil deverá ratificar o Protocolo de Kyoto em setembro deste ano, segundo Ronaldo Sardenberg, ministro da Ciência e Tecnologia e chefe da delegação brasileira nas conferências que discutem o documento. O protocolo estabelece limites para as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, principalmente dióxido de carbono, resultante da queima de combustíveis fósseis, e estabelece um calendário a ser cumprido para atingi-los. "Ele vai ser ratificado antes da conferência em Johannesburgo (África do Sul, a conferência Rio + 10)", afirmou Sardenberg, em visita ao Instituto Ludwig, em São Paulo. Segundo ele, a ratificação faz parte de uma agenda que será enviada na semana que vem ao presidente Fernando Henrique Cardoso indicando as prioridades do MCT para votação no Congresso. O ministro evitou fazer críticas ao anúncio do presidente dos Estados Unidos, George Bush, sobre uma proposta alternativa ao protocolo. Os EUA, maiores emissores de gases estufa, não aderiram porque consideram que as metas de redução vão prejudicar a economia norte-americana. "Não vou falar sobre o Bush, o presidente é quem deve falar de outro presidente, mas sobre as decisões do governo americano. É importante porque os EUA reconheceram que o problema com o aquecimento é real ao adotar uma política de redução", comentou, ao ser questionado sobre o assunto. Sardenberg não falou sobre a eficácia das medidas anunciadas por Bush, que propôs uma desaceleração nos níveis de emissão, atreladas ao crescimento do Produto Interno bruto (PIB) do país. "Estamos examinando os números para dar opinião sobre se é eficaz o que estão propondo. Se as medidas são produtivas ou não, temos de estudar", completou. "O ideal é que os EUA participem em níveis compatíveis com os do protocolo", disse. "Achamos que a questão do aquecimento da atmosfera é global e que, por isso, a solução deve ser multilateral, com a participação de todos os países", afirmou. O ministro está confiante na ratificação do protocolo por parte do Japão, quarto maior emissor de gases estufa. Com a adesão da Comunidade Européia e do Japão, os EUA ficaram isolados. "Se aceitarmos posições parciais, teremos prejuízo de tempo", concluiu.

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