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Brasil monta telescópio nos Andes chilenos

Em parceria com EUA, País inaugura no sábado um dos melhores equipamentos do mundo na sua categoria

Por Agencia Estado
Atualização:

No alto do Cerro Pachón, nos Andes Chilenos, a 2.700 metros de altitude, deve ser inaugurado no sábado, 17 de abril, o telescópio Soar (Southern Astrophysical Research Telescope). O novo instrumento, com um espelho de 4,1 metros de diamêtro, é fruto de uma parceria entre o Brasil e os Estados Unidos, orçado em US$ 30 milhões. Como parceiro majoritário no projeto, o País terá direito de usar o telescópio por, aproximadamente, 120 noites por ano. Tempo valiosíssimo para o avanço da pesquisa astronômica brasileira, que não conta com nenhum telescópio de grande porte em território nacional. Há cerca de três anos, pesquisadores brasileiros já têm acesso aos observatórios Gemini de 8 metros, também no Chile. Mas a participação neste caso é menor: cerca de 2,5%, contra 31%, no Soar. Qualidade "Com o Gemini tivemos um ganho importante de qualidade de observação, mas não tanto de quantidade. Agora, com o Soar, teremos um aumento significativo de quantidade, sem perder qualidade", diz o diretor do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), Albert Bruch, cuja instituição fará a coordenação científica do uso do telescópio. A maior parte da contribuição brasileira, de US$ 12 milhões, foi dada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com participação também da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Perto do Gemini Construído com a mais alta tecnologia, diz Bruch, o Soar deverá ser um dos melhores telescópios do mundo em sua categoria - "talvez o melhor". O fato de sua lente ser menor do que a do Gemini, não o torna menos importante, já que nem todos os experimentos requerem um espelho de 8 metros. Dessa forma, pesquisadores não precisarão brigar por espaço em grandes telescópios para observações que podem ser feitas em uma instalação menor. E a ajuda está logo ali ao lado: o Soar fica a apenas algumas centenas de metros do Gemini Sul. Radiotelescópios Pesquisadores brasileiros também entraram na briga para tentar trazer para o País um dos mais ambiciosos projetos de radioastronomia do mundo. Chamado SKA, ele prevê a instalação de uma enorme rede de radiotelescópios, cujas antenas deverão somar 1 km² de área para recepção de dados. Um grupo de astrônomos entregou no início do mês a proposta brasileira para sediar o projeto, elaborado por um consórcio internacional.

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