Brasil teve 5 mil pequenos terremotos em dez anos

Observatório Sismológico da UnB registrou pelo menos 400 tremores com magnitude igual ou superior a 3 graus na escala Richter

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Por Agencia Estado
Atualização:

A privilegiada situação geológica do Brasil dificulta a ocorrência de abalos sísmicos violentos, como o que atingiu o Sudeste Asiático no dia 26. Apesar disso, um olhar mais aprofundado para a crosta terrestre brasileira revela que os terremotos não estão tão ausentes assim da realidade nacional, apesar de serem na maioria localizados e de pequenas proporções. De acordo com medições feitas no Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), foram registrados nos últimos dez anos mais de 5 mil abalos no País, sendo que 400 com magnitude igual ou superior a 3 graus na escala Richter. A terra tremeu com maior freqüência nas cidades de João Câmara (RN), Cascavel e Pacajus (CE), Porto dos Gaúchos (MT), Caruaru (PE) e Pedro Leopoldo, Betim e Igaratinga (MG). O tremor de maior magnitude de que se tem notícia no Brasil ocorreu em janeiro de 1955, em Serra do Tombador (MT), alcançando 6,6 graus na escala Richter. Placas tectônicas ?Apesar de o Brasil estar localizado no interior de uma placa tectônica, conhecida como sul-americana, os tremores estão presentes no País?, disse Cristiano Chimpliganond, geólogo do observatório da UnB. O pesquisador explica que a possibilidade de ocorrerem tremores em regiões que se localizam no interior das placas tectônicas, como é o caso brasileiro, é bem menor do que em países que estão nas bordas dessas placas, como o Chile e a Colômbia. Além disso, os terremotos nas bordas têm magnitude muito maior. Probabilidades A Terra é formada por 12 placas tectônicas, que medem de 60 a 200 quilômetros de espessura. Segundo Chimpliganond, os principais fatores que podem contribuir para a ocorrência dos tremores são o atrito intenso entre as forças tectônicas, desabamento de cavernas, atividade vulcânica e impacto de corpos celestes com a Terra. ?A probabilidade de ocorrer um tremor com escala superior a 7 no Brasil é muito reduzida, mas não é nula. Há uma possibilidade que não deve ser descartada, pois a tensão tectônica também pode se acumular no interior da placa ao longo dos anos e, se por algum motivo a energia for liberada, ela pode vir com grande intensidade de uma única vez?, ressalta.

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