Os cidadãos britânicos terão a oportunidade de opinar sobre a pesquisa de embriões com finalidades terapêuticas no Reino Unido, segundo um documento divulgado quinta-feira. A Autoridade de Fertilização Humana e Embriologia (HFEA), organismo regulador neste assunto, publicou um documento para perguntar aos cidadãos se os atuais estudos de embriões devem ser ampliados para reconhecer genes vinculados a doenças como câncer ou Alzheimer. Atualmente, os embriões são analisados para estabelecer os genes vinculados a doenças hereditárias como a fibrose cística. Mas, no futuro, segundo os especialistas, será possível que mulheres com genes relacionados ao câncer de mama - BRCA1 e BRCA2 - e com um histórico médico da doença possam optar por um tratamento de fertilidade que investigue primeiro a genética do embrião. O documento da HFEA, intitulado Escolhas e Limites, pergunta se é correto submeter os embriões a testes sobre doenças como câncer ou Alzheimer. "Queremos que as pessoas entendam os possíveis usos das técnicas de teste de embriões, tanto agora como no futuro", assinalou a presidente do organismo, Suzi Leather. Leahter explicou que querem escutar a opinião de pacientes, de familiares de portadores de doenças de origem genética e de médicos, como também de parlamentares e acadêmicos. A titular do comitê de ética da Sociedade de Fertilidade Britânica, Gillian Lockwood, disse que as doenças genéticas são cada vez mais a principal causa de morte no mundo desenvolvido. Para a professora Ainsley Newson, do Imperial College London, é importante escutar a opinião de pessoas com doenças genéticas. "Ter crianças que não deverão enfrentar os mesmos problemas será de um grande benefício", justificou Newson.