Buraco recorde na camada de ozônio sobre o Ártico se fecha

Pesquisadores dizem que fechamento não tem relação com a redução da poluição relacionada à quarentena do coronavírus. Fenômeno no Ártico tem ligação com vórtice polar

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Por Redação
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Um buraco recorde na camada de ozônio sobre o Ártico se fechou nesta semana, de acordo com o divulgado pelo Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus, da União Europeia. O fechamento, apontaram os pesquisadores, não tem relação com a redução da poluição notada em razão da quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus. A abertura ocorreu em razão de vórtice polar e a recuperação da camada acompanhou o desaparecimento desse fenômeno.

De acordo com o Copernicus, a Terra está mais acostumada a ver o desenvolvimento de buracos na camada de ozônio sobre a Antártida em condições diferentes dos buracos notados sobre o Ártico. Na Antártida, o buraco está relacionado a vestígios da atividade humana que chegam à estratosfera, camada da atmosfera situada de 10 a 50 quilômetros acima do nível do mar. Os vestígios químicos se acumulam no vórtice polar e potencializam os efeitos sobre a camada de ozônio.

Em 2020, o vórtice polar ártico foi excepcionalmente forte e duradouro Foto: Copernicus

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A estratosfera ártica é usualmente menos isolada do que a antártica, explicam os cientistas europeus, em razão das cadeias de montanhas que exercem influência sobre o clima local. Em 2020, o vórtice polar ártico foi excepcionalmente forte e duradouro. As baixas temperaturas que perduraram por meses favorecem a perda de ozônio na região. Agora, as observações do serviço da União Europeia permitiram constatar que o buraco sem precedentes foi fechado com o enfraquecimento do vórtice. 

"Na verdade, a covid-19 e os lockdowns associados à pandemia não tiveram nada a ver com isso. O fenômeno é causado por um forte e duradouro vórtice e não está relacionado com a mudança da qualidade do ar", informou o serviço por uma rede social. Os especialistas lembram que a camada de ozônio é fundamental para a vida na Terra ao proteger o planeta da radiação ultravioleta nociva aos seres humanos. 

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