
30 de setembro de 2009 | 14h33
Foto: AP
CIDADE DO VATICANO - A Capela Nicolina, um dos lugares inacessíveis a turistas no Vaticano, poderá ser visitada na próxima sexta-feira, 2, como parte do projeto que estimula passeios noturnos pelos museus locais.
Em uma nota, a Cidade do Vaticano informou que também haverá uma conferência sobre "O beato Angélico e o seu Papa", encabeçada pelo diretor dos Museus Vaticanos, Antonio Paolucci. A conferência será realizada às 20h locais (15h no horário de Brasília) no pátio da Pinacoteca. Em seguida, o público poderá visitar a Capela Nicolina.
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Afresco de Fra Angélico na Capela Nicolina. Foto: Reprodução |
Desde julho a direção dos Museus Vaticanos realiza um projeto que abre os estabelecimentos todas as sextas-feiras das 19h às 23h locais para visitações.
Para realizar os passeios é necessário fazer uma reserva on-line no site dos Museus Vaticanos, onde é possível optar por uma visita monitorada.
Segundo os organizadores, a iniciativa é um incentivo aos cidadãos romanos que, "durante os horários normais, estão comprometidos com suas atividades cotidianas, o que torna impossível o aproveitamento de uma visita para apreciar as maravilhas do Vaticano". No passeio é possível conhecer as Galerias Superiores dos Museus Vaticanos, as Salas de Rafael e a Capela Sistina.
O projeto será encerrado no mês de outubro, mas, segundo o Vaticano, poderá ser posto em prática novamente em outras ocasiões.
Bento XVI
O papa Bento XVI disse nesta quarta-feira, 30, que a Europa "necessita reencontrar-se com Deus" e que os países do leste e do centro europeus estão atravessando um momento difícil, já que "às consequências do longo inverno comunista ateu se somam agora os efeitos nocivos do secularismo e do consumismo ocidental".
Bento XVI fez o pronunciamento diante de 15 mil pessoas, que assistiram à audiência pública das quartas-feiras na Praça de São Pedro, na qual comentou sobre sua recente viagem à fortemente secularizada República Tcheca, onde somente 29% da população é católica e os ateus ou indiferentes à religião chegam a 66%.
O papa, que apresentava bom aspecto após a cansativa viagem que o levou a Praga, Brno e Stará Boleslav, entre os dias 26 e 28 de setembro, considerou a visita uma "peregrinação", "porque Boêmia e Morávia são terras de fé há mil anos", além de uma "missão", "porque a Europa necessita reencontrar-se com Deus, base da esperança".
Ressaltou que a primeira coisa que fez ao chegar a Praga foi rezar em frente à estátua do Menino Jesus de Praga, onde pediu bênçãos "a todas as crianças, aos pais e ao futuro da família".
A maior parte de seus encontros com o mundo político e religioso foi realizada no Castelo de Praga, que engloba a catedral de São Vito e as dependências do Governo, uma proximidade que demonstra que o âmbito religioso e civil podem viver em "harmônica proximidade", segundo Bento XVI.
O papa afirmou que quis levar aos checos uma mensagem de esperança e acrescentou que para os países do leste e centro da Europa, "este é um momento difícil, já que às consequências do longo inverno do totalitarismo ateu estão se somando os efeitos nocivos de um certo secularismo e consumismo ocidental".
O papa também ressaltou hoje que sua visita coincidiu com o 20º aniversário da queda do comunismo e da Revolução de Veludo tcheca e afirmou que propôs uma formação integral, baseada na unidade do conhecimento da verdade, "para resistir a uma nova ditadura: a do relativismo combinada com o domínio da técnica".
"A cultura humanista e a científica não podem estar separadas, são duas faces da mesma moeda, e isso nos lembra a terra tcheca, pátria de grandes escritores como Kafka e abade Mendel, pioneiro da genética moderna".
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