Caravana Mergulhão procura envolver comunidades de Silves

Objetivo dos ambientalistas é discutir problemas relacionados aos recursos naturais e à subsistência com os moradores e encontrar, junto com eles, possíveis soluções

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Por Agencia Estado
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A Caravana Mergulhão existe desde 1998 e surgiu como uma projeto de educação ambiental da Associação de Silves pela Preservação Ambiental e Cultura (Aspac) e do WWF-Brasil. Consiste em visitas realizadas às comunidades que vivem às margens do Lago de Canaçari, no município de Silves, no Amazonas, para discutir os problemas da região com a comunidade e encontrar, junto com os moradores, as soluções. Interrompidas por falta de recursos, as viagens do barco da caravana foram retomadas em novembro do ano passado e, desde então, acontecem quase todos os fins de semana. Entre as parcerias já estabelecidas estão, por exemplo, acordos que garantem à Pousada Aldeia dos Lagos, de caráter comunitário, o abastecimento com queijos, verduras e frutas, produzidos na região; o uso de sabonetes de essências nativas, fabricados pela associação de mulheres; a comercialização de cestaria e artesanato de madeira e o fornecimento de canoas e remos, para uso dos turistas. Além disso, nesta segunda etapa, o projeto incorporou a discussão de temas específicos, como agricultura e pecuária, pesca, disposição do lixo, ecoturismo e água. ?Não levamos soluções prontas, pois o objetivo é trabalhar em conjunto com as comunidades, que decidem se e como querem participar?, explica Vicente Neves, da Aspac. Atualmente, a Caravana trabalha com onze comunidades, nove delas de Silves e duas de municípios vizinhos, Itacoatiara e Itapiranga. ?Eram treze, mas São João e Santa Lúcia do Rio Amazonas desistiram de participar?, conta Alfa da Silva Rodrigues, uma das articuladoras do projeto. Com 17 anos, Alfa é estudante do segundo grau em Silves e trabalha na Caravana desde o início. Além de ajudar na organização das visitas durante a semana, ela é responsável pelas atividades com as crianças durante as reuniões nas comunidades. Para tanto, conta com a ajuda de duas voluntárias, Marta e Dalvinha, também estudantes. ?Este é o meu primeiro emprego e estou adorando. Nunca pensei em trabalhar em prol de alguma coisa, mas agora sei que não quero parar mais?, diz a funcionária da Aspac, que até compôs uma música tema para a Caravana Mergulhão. Segundo Alfa, o objetivo da atual fase do projeto é realizar três visitas em cada uma das comunidades: a primeira de mobilização, a segunda para discutir um tema de escolha da comunidade e uma última, proposta pela Aspac, sobre ecoturismo. ?Mas como tudo é acordado antes, eles podem propor esquemas ou assuntos diferentes?, conta. Esta etapa de visitas vai até agosto, quando começa a época seca e o acesso às comunidades fica mais difícil. Mas a idéia é começar novamente no ano que vem, envolvendo novas comunidades e ajudando as participantes a implantar os projetos escolhidos para serem implementados.

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