Cavernas turísticas brasileiras terão plano de manejo

Modelo bem sucedido na gruta do Lago Azul, no MS, deverá ser implantado em 43 cavernas com potencial turístico em 2003

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Por Agencia Estado
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Quarenta e três cavernas brasileiras deverão ter planos de manejo elaborados em 2003, segundo o plano de prioridades do Centro Nacional de Estudos, Proteção e Manejo de Cavernas (Cecav) do Ibama. Escolhidas por conta do apelo visual e potencial turístico, as cavernas seguirão o modelo implantado nas grutas do Lago Azul e de Nossa Senhora Aparecida, no município de Bonito, em Mato Grosso do Sul. Primeiro projeto implantado em cavernas brasileiras, a partir de metodologia desenvolvida pelo Cecav, o plano de manejo do Lago Azul e de Nossa Senhora Aparecida foi o grande vencedor do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2002, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na categoria Proteção do Patrimônio Natural e Arqueológico. Voltado a dotar de infra-estrutura, ordenar a visitação e proteger o frágil ecossistema das grutas, o plano foi executado em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), O Iphan, a secretaria de Meio Ambiente e Turismo do Estado e a prefeitura de Bonito. O prêmio foi entregue na semana passada ao professor Paulo Bogianne, da UFMS, um dos coordenadores do projeto. Segundo o geógrafo Ricardo Marra, coordenador do Cecav, o plano de manejo espeleológico inclui o diagnóstico ambiental da caverna, análise da área de influência do empreendimento, identificação e avaliação dos impactos ambientais causados pelo turismo. ?Nesse tipo de lugar, até a respiração e o vestuário dos visitantes interfere na preservação?, explica. Caverna mais visitada do País, a gruta do Lago Azul terá capacidade de receber 157 mil turistas a partir de 2004, um crescimento estimado em 16,7%. Para que isso seja possível, parte dos R$ 1 milhão arrecadados anualmente pela prefeitura de Bonito, em função do turismo espeleológico, deverá ser revertida para a gestão e infra-estrutura de suas grutas. A falta de planos de manejo sustentáveis é um dos maiores motivos, na opinião de Marra, da depredação e degradação do patrimônio espeleológico nacional. Como o orçamento de R$ 1,2 milhão, para 2003, é insuficiente para desenvolver as atividades prioritárias, o Cecav pretende reforçar as parcerias institucionais para elaborar os planos de manejos em dez cavernas no Mato Grosso do Sul, oito em Minas Gerais, oito na Bahia, cinco em São Paulo, quatro no Paraná, quatro no Mato Grosso, duas no Amazonas e uma em Santa Catarina. Deverão, ainda, entrar na fase de implantação, os planos de manejo das cavernas de Ecos, no Distrito Federal, e do Poço Encantado, na Bahia.

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