Células-tronco injetadas em ratos transformam-se em neurônios
Células-tronco extraídas de embriões de camundongos e injetadas no cérebro de ratos com sintomas do mal de Parkinson transformaram-se em neurônios produtores de dopamina, aliviando os efeitos da doença.A pesquisa americana é mais uma confirmação da versatilidade das células-tronco e do seu potencial para o tratamento de doenças degenerativas."Criamos uma ferramenta para produzir células dopaminérgicas que funcionam de maneira específica no cérebro", disse à reportagem o pesquisador Lars Björklund, da Harvard Medical School e um dos autores do trabalho publicado na revista PNAS.Os pesquisadores injetaram as células-tronco (capazes de originar qualquer tipo de tecido) no cérebro de 25 ratos com uma metade do órgão comprometida pela doença - ou seja, incapaz de produzir dopamina, um importante neurotransmissor.Quatro meses depois, 14 ratos apresentaram melhora significativa. Outros 5 morreram após a formação de tumores originados pela proliferação excessiva das novas células, um risco ainda constante neste tipo de terapia.Exames mostraram que as células-tronco diferenciaram-se em neurônios e devolveram aos ratos a capacidade quase plena de produzir dopamina.O mesmo poderia funcionar no cérebro humano. Atualmente, pacientes com o mal de Parkinson podem receber transplantes de neurônios obtidos de fetos abortados."A técnica requer de seis a oito fetos por paciente, enquanto uma linhagem de células embrionárias serviria para muitos transplantes", disse Björklund. Testes clínicos poderão ter início em cinco anos.