Células-tronco são usadas para recuperar coração

Técnica custa apenas 10% do valor de um transplante, é mais simples e não há risco de rejeição

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Por Agencia Estado
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Um estudo nacional coordenado pela unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Salvador (BA) comprovou que o uso de células-tronco retiradas de um paciente, processadas e reintroduzidas no coração da mesma pessoa, regeneram o músculo nos casos de isquemia e Doença de Chagas. A técnica é mais barata - 10% do valor de um transplante do órgão, mais simples e elimina qualquer risco de rejeição. A chefe do Setor de Miocardiopatia do Instituto, Helena Martino, destaca que os estudos feitos nas primeiras duas etapas, com 28 pacientes, mostraram que a recuperação é muito rápida e, em alguns casos, superaram as expectativas. "Os resultados foram excelentes. Em três meses o paciente já apresenta melhora. Mas nos surpreendemos com pessoas que, em um mês apenas, iniciaram o processo de recuperação", conta a pesquisadora, explicando que a técnica traz ainda uma outra vantagem em relação a procedimentos mais complexos como transplante e implante de marcapasso: pode ser aplicada em qualquer paciente, sem limite de idade. "Ela não é restritiva como as outras. A única limitação observada até agora é a de peso, pois em pacientes obesos fica difícil realizar a punção na medula óssea", diz a cardiologista. Helena ressalta que a terapia de células-tronco vai ajudar os cerca de 3 milhões de brasileiros que sofrem de insuficiência cardíaca. A terceira fase da pesquisa, a cargo do Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras (INCL), vai testar o procedimento em portadores de cardiopatias primárias, como as decorrentes do uso excessivo de álcool e de miocardites virais.

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