PEQUIM - A China divulgou as primeiras imagens de um robô que pretende enviar a Marte em meados de 2020, concebido para explorar a superfície do planeta durante três meses, disse a mídia estatal, a nova meta do ambicioso programa espacial chinês.
Em 2003, a China se tornou o terceiro país a mandar um homem para o espaço com seu próprio foguete, depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos.
A agência estatal de notícias Xinhua disse que o jipe de 200 quilos a ser enviado para Marte terá seis rodas. O equipamento será abastecido por quatro painéis solares, dois mais do que o jipe que a China enviou à Lua e 60 quilos mais pesado.
"Os desafios que enfrentamos são inéditos", disse Zhang Rongqiao, engenheiro-chefe da missão marciana, segundo a Xinhua.
A sonda irá levar 13 instrumentos, incluindo uma câmera de monitoramento remoto e um radar de penetração do solo. A missão de exploração deve durar três meses. O robô vai partir entre julho e agosto de 2020, acrescentou a reportagem.
"O jipe irá se separar do módulo orbital ao final de uma jornada de cerca de sete meses e pousar em uma área de baixa latitude no hemisfério norte de Marte, onde vai explorar a superfície", afirmou.
O Beijing News disse que o hemisfério norte não é um local tão bom para utilizar painéis solares, mas que as condições geográficas são melhores.
O país vem alardeando seus planos de exploração lunar, e no final de 2013 finalizou seu primeiro "pouso suave" na Lua desde 1976 com a espaçonave Chang'e-3 e o jipe Jade Rabbit. A próxima missão tripulada chinesa está agendada para outubro. O país planeja ainda um pouso tripulado na Lua até 2036.
Avançar no programa espacial é uma prioridade para Pequim. O presidente chinês, Xi Jinping, quer que o país se estabeleça como potência espacial.
A China insiste que seu programa tem fins pacíficos. Mas o Departamento de Defesa dos EUA vem ressaltando a competência espacial crescente do país asiático ao dizer que está desenvolvendo atividades com o objetivo de evitar que adversários usem recursos localizados no espaço em uma crise.
À parte suas ambições civis, Pequim vem testando mísseis anti-satélite. O Congresso norte-americano proibiu que a Nasa coopere com sua contraparte chinesa em função de preocupações com a segurança. /REUTERS