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Cientistas acham proteínas que dirigem células-tronco

Uma delas ajuda a organizar o desenvolvimento das células da retina e outra, dirige neurônios novos até o cérebro

Por Agencia Estado
Atualização:

Cientistas dos Estados Unidos identificaram proteínas consideradas chave para tratamentos com células-tronco. Em dois estudos divulgados nesta quinta-feira pela revista Science, os pesquisadores apresentaram uma proteína que ajuda a organizar o desenvolvimento das células da retina e outra, que dirige os neurônios criados a partir de células-tronco endógenas até que cheguem ao cérebro, onde podem substituir unidades velhas. As descobertas devem ajudar no desenvolvimento de tratamentos para doenças como degeneração da retina, Alzheimer, Parkinson e diabete. Em ambos os casos, a estratégia está na possibilidade de dirigir a diferenciação das células-tronco. Num dos estudos, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriu a proteína que ajuda a organizar o desenvolvimento das células da retina. Chave da diferenciação Segundo Anne Calof e um grupo de pesquisadores do Departamento de Anatomia e Neurobiologia da Universidade da Califórnia, a proteína, identificada como GDF11, controla um componente chave da diferenciação das células da retina durante o desenvolvimento celular, o que a transforma em alvo de novas pesquisas. "Ao manipular a capacidade desta proteína de controlar o desenvolvimento celular, existe a possibilidade de um tratamento para controlar o poder das células-tronco que já existem na retina para substituir células que tenham sido perdidas ou estejam danificadas", disse Calof. Calof apontou que os tratamentos baseados nesta proteína são possíveis porque a retina contém suas próprias células-tronco que geram os fotorreceptores e permitem diferenciar as cores, por exemplo. Guiando neurônios No outro estudo, pesquisadores da Escola de Medicina da mesma universidade descobriram a forma como neurônios criados a partir de células-tronco endógenas são enviados ao cérebro. De acordo com os cientistas, esta descoberta sugere uma forma para criar tratamentos dirigidos especificamente a regiões cerebrais afetadas por doenças neurodegenerativas ou por apoplexias. Segundo Qun-Yong Zhou, professor do Departamento de Farmacologia, no estudo foi identificada a proteína que guia aos neurônios a um ponto específico do cérebro. A proteína, chamada "prokineticina 2" (PK 2) desempenha um papel crucial na integração funcional adequada dos novos neurônios. "Uma das chaves no desenvolvimento de novos tratamentos para doenças neurodegenerativas e debilitantes reside na forma em que compreendamos como se encontram e integram os neurônios no tecido cerebral", disse Zhou. Zonas subventriculares Embora todos os neurônios se diferenciem das células-tronco progenitoras durante o desenvolvimento, o cérebro adulto mantém algumas regiões onde as células-tronco neurais encontrem seus próprios neurônios para substituir os mais velhos. Umas dessas áreas são as zonas subventriculares, que são cavidades cheias de líquido em ambos os hemisférios do cérebro e que estão conectadas com o canal central da medula espinhal. "Estamos aprendendo que as moléculas, como a PK 2, que dirigem o deslocamento dos neurônios, são cruciais na substituição neuronial e demonstram a forma em que se podem manipular as células-tronco adultas", disseram os autores do estudo.      leia mais sobre células-tronco

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