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Cientistas aguardam retorno de sonda com amostra de asteroide

Hayabusa atrasou em dois anos seu retorno à Terra, após percorrer 4 bilhões de quilômetros

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Por Redação
Atualização:

Sombra da Hayabusa sobre o asteroide, em imagem de 2005. Jaxa/AP

 

Astrônomos passarão o fim de semana estudando ansiosamente os céus sobre o deserto australiano, aguardando o  retorno da primeira nave a fazer uma viagem de ida e volta a um asteroide.

 

A cápsula Hayabusa viajou 4 bilhões de quilômetros, ao longo de sete anos, e deve pousar na Austrália na noite de domingo.

 

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Lançada pelo Japão em 2003, a Hayabusa deve retornar trazendo materiais espaciais coletados durante seus dois pousos no asteroide. As amostras ajudarão os cientistas a entender a origem e a composição do Sistema Solar.

 

"Não há nada melhor que ir à fonte", disse Trevor Ireland, diretor-assistente de Química Terrestre da Universidade Nacional da Austrália e único australiano da equipe Hayabusa. "A sonda tirou amostra de um asteroide no local, e logo teremos nas mãos um asteroide de verdade. Qualquer coisa que venha será um grande prêmio científico".

 

Ele disse que os cientistas aprenderão mais do estudo da amostra de asteroide do que dos meteoritos que se queimam durante a queda na Terra, e se contaminam com materiais terrestres.

 

Hayabusa, que significa "falcão", reentrará a atmosfera terrestre sobre a Área Proibida Woomera, uma zona militar 485 km a nordeste da cidade de Adelaide.

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O corpo principal da nave vai se queimar na reentrada - o que, espera-se, causará uma espetacular bola de fogo no céu - mas um pequeno recipiente, contendo as amostras retiradas, deve descer de paraquedas. Cientistas que estão alojados na cidade de Woomera, fora da base militar, vão recolher o recipiente, lacrá-lo numa embalagem a vácuo e levá-lo ao Japão para ser estudado.  

 

A Agência de Exploração Espacial Japonesa (Jaxa) construiu e lançou a sonda, que pousou no alvo em 2005. A Hayabusa tirou fotos do asteroide Itokawa antes de pousar. Ela havia sido projetada para disparar uma bala no astro e coletar os fragmentos expelidos pela colisão do projétil com a superfície.

 

"Apenas o pouso deve ter revestido o interior (do tubo de coleta) com poeira", disse Michael Zolensky, um dos dois cientistas da Nasa envolvidos no projeto. "Ele tem a capacidade de conter 100 gramas, mas precisamos de menos de um grama de material. Um grão microscópico pode ser fatiado em mais de 100 pedaços".

 

A Hayabusa deveria ter voltado à Terra em 2007, mas uma série de dificuldades técnicas - incluindo a deterioração de seu motor iônico e defeito nas baterias - fez com que perdesse a oportunidade de retornar no prazo.

 

Se a sonda contiver mesmo pedaços do asteroide, o Itokawa será apenas o quarto corpo celeste a ceder uma amostra a uma missão que retornou à Terra. 

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