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Cientistas britânicos criam embrião com um pai e duas mães

Os embriões fertilizados 'in vitro', ou laboratório, foram criados usando o DNA de um homem e de duas mulheres

Por BEN HIRSCHLER
Atualização:

Cientistas britânicos criaram embriões humanos com um pai e duas mães, em uma experiência que eles esperam que possa conduzir a soluções para graves doenças hereditárias num prazo de cinco anos. Pesquisadores da Universidade de Newcastle, no norte da Inglaterra, apresentaram suas descobertas em uma conferência de doenças neuromusculares no fim de semana, em Londres, disse nesta terça-feira uma porta-voz da universidade. Os embriões fertilizados "in vitro" ou laboratório foram criados usando o DNA de um homem e de duas mulheres. A meta é evitar que mulheres com falhas em seu DNA mitocondrial transmitam doenças para seus filhos. Aproximadamente uma em cada cinco mil crianças sofrem de alguma doença genética de origem mitocondrial --transmitida apenas pela mãe-- entre as quais desordens fatais no fígado, coração e cérebro, surdez, problemas musculares e formas de epilepsia. Os cientistas acreditam que essas doenças possam ser evitadas se os embriões que correrem esse tipo de risco passarem por um transplante da mitocôndria. O processo envolve a fertilização "in vitro" e a remoção do núcleo do óvulo, que é, então, colocado em um óvulo que teve o DNA removido. Se tudo der certo, os pesquisadores acreditam que estarão em condições de começar a oferecer a técnica como um tratamento dentro de três a cinco anos. A técnica só foi aplicada até agora em laboratório, utilizando-se embriões defeituosos, remanescentes da fertilização in vitro. Os poucos embriões de duas-mães criados foram destruídos após seis dias.

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