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Cientistas comemoram clonagem para célula-tronco

Produção bem-sucedida de células pluripotentes em embriões humanos prova viabilidade da clonagem terapêutica

Por Agencia Estado
Atualização:

Para os cientistas que trabalham com células-tronco ? ou sonham em fazê-lo ?, a pesquisa da equipe sul-coreana que estabeleceu uma linhagem de células-tronco a partir de um embrião humano criado por transferência nuclear (clonagem) é a prova de que não só é possível produzi-las, mas que este é um passo gigantesco rumo à criação de tecidos humanos para tratamento de doenças. ?É um trabalho elegante, que fornece a tão sonhada prova de que a clonagem terapêutica humana é possível, embora por enquanto não haja aplicações práticas?, afirmou Rudolph Jaenisch, especialista em células-tronco do Massachusetts Institute of Technology. ?Eles estão de parabéns por ter realizado uma experiência realmente importante?, disse Douglas Melton, biólogo e professor da Universidade de Harvard. Claro, já há quem diga que agora nada impede que o próximo embrião seja usado para produzir um ser humano. Mas não é bem assim. Tratamento de doenças Os pesquisadores da Coréia do Sul colheram 242 óvulos de 16 voluntárias ? todas do círculo de relações pessoais dos cientistas ?, que assinaram termo de compromisso, autorizando o uso dessas células apenas para experiências para clonagem terapêutica (obtenção de células-tronco) e proibindo sua utilização para clonagem reprodutiva. Além disso, o comitê de ética da Universidade de Seul deu sinal verde para a pesquisa. ?Tínhamos de fazer essa experiência por causa do potencial que ela tem para o tratamento de doenças?, afirmou Moon Shih-yong, um dos chefes da equipe. ?Nosso trabalho abre caminho para o uso dessas células na medicina?, declarou Woo Suk Hwang, que coordenou o trabalho. Dos 242 óvulos obtidos, 176 foram aproveitados na fase seguinte, em que seus núcleos foram removidos. Em seu lugar foram introduzidas células de cúmulo ? células adultas que circundam os óvulos, extraídas das mesmas doadoras ? que se fundiram aos óvulos por meio de estímulos elétricos. Programa genético revertido Nas duas horas seguintes, essas células reprogramaram a expressão de seu DNA, isto é, reverteram ao programa genético típico de embriões. Depois, foram ativadas, dando origem a blastocistos, um aglomerado de poucas centenas de células que é um dos estágios iniciais do desenvolvimento embrionário. Daquele total de 176 óvulos, 30 blastocistos se desenvolveram e 20 foram isolados, contendo a chamada massa celular interna, a região onde estão as células-tronco embrionárias. A partir delas foi derivada uma linhagem de células-tronco embrionárias, que foram cultivadas in vitro e in vivo, para verificar se mantinham sua pluripotência, isto é, sua capacidade de dar origem aos vários tecidos humanos. Primeiro embrião clonado Tanto cultivadas em laboratório, como quando introduzidas em testículos de camundongos, elas deram origem a células produzidas pelos chamados folhetos germinativos, os três tecidos embrionários dos quais derivam todas as células do organismo. Na prática, coube aos sul-coreanos o mérito de produzir ? e provar o feito, publicando o trabalho na conceituada revista Science ? o primeiro embrião humano por clonagem, com o objetivo de obter células e tecidos que possam ser usados no tratamento futuro de doenças. if($IMPRIME != "NAO"):?> leia também Nos EUA, alvoroço contra a clonagem Lei brasileira não permite pesquisa similar endif; ?>

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