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Cientistas criam técnica para 'limpar' células-tronco

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Por Redação
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Cientistas de Cingapura desenvolveram uma estratégia para "limpar" células-tronco embrionárias, que no futuro podem ser usadas para substituir tecidos e órgãos danificados. Células-tronco são uma espécie de "manual de instruções" do organismo, pois podem se "diferenciar" (transformar) em qualquer tipo de célula, para posterior transplante. Mas alguns estudos mostram que células-tronco residuais que não se diferenciam podem posteriormente virar cancerígenas. Os cientistas de Cingapura relataram em artigo na revista Stem Cells a criação de anticorpos que conseguiram matar essas células-tronco residuais em ratos. "Embora as células-tronco embrionárias humanas sejam uma fonte muito poderosa para a produção de células diferenciadas, como células cardíacas, o problema é que se pode ter células residuais, e há uma preocupação de segurança porque podem formar uma massa de células tumorais", explicou Andre Choo, do Instituto de Tecnologia do Bioprocessamento, de Cingapura. "Assim, se você entregar um produto que seja 95 por cento células cardíacas e 5 por cento células-tronco embrionárias, pode haver um problema posteriormente." Os pesquisadores conseguiram criar os anticorpos em ratos depois de injetar células-tronco embrionárias humanas nos animais. Os anticorpos foram então colhidos e acrescentados à cultura de células-tronco embrionárias que havia acabado de se diferenciar no laboratório. "[O anticorpo] eliminou especificamente as células indiferenciadas em 30 minutos, mas deixou as células diferenciadas intocadas," escreveram os pesquisadores. A mistura foi posteriormente injetada em um grupo de ratos, enquanto outro grupo recebeu as células-tronco não-tratadas. Após 6 a 8 semanas, os pesquisadores detectaram tumores no segundo grupo de ratos. Já o primeiro grupo continuava livre do câncer 20 semanas depois. "Fizemos anticorpos que podem matar [as células-tronco não-diferenciadas]. Ele age como uma limpeza para a remoção de qualquer dessas células ruins ou potencialmente problemáticas", disse Choo. (Reportagem de Tan Ee Lyn)

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