Cientistas desenvolvem útero artificial para ajudar bebês prematuros

Em testes com animais, pesquisadores conseguiram simular ambiente do útero e funções da placenta, dando a prematuros a oportunidade de desenvolver pulmões e outros órgãos

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Por Redação
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Cordeiro de 107 dias de gestação no 4º dia após ser colocado no 'útero' Foto: Emily Partridge /Nature Communications

Cientistas nos Estados Unidos desenvolveram um útero artificial a partir de uma bolsa preenchida por fluido, conhecida como um suporte extrauterino que pode transformar o tratamento de bebês que nascem extremamente prematuros, aumentando significativamente as chances de sobrevivência.

Em estudos pré-clínicos com cordeiros, os pesquisadores conseguiram simular o ambiente do útero e as funções da placenta, dando a prematuros a oportunidade crucial para desenvolver os pulmões e outros órgãos.

O mesmo cordeiro no 28º dia após ser colocado no equipamento Foto: Emily Partridge /Nature Communications

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Aproximadamente 30 mil bebês, somente nos Estados Unidos, nascem prematuros em estado crítico - entre 23 e 26 semanas de gestação -, disseram os pesquisadores. Nesse período, um bebê pesa um pouco mais do que 500 gramas, seus pulmões ainda não conseguem lidar com o ar e suas chances de sobrevivência são mínimas. A taxa de morte é de até 70% e aqueles que sobrevivem enfrentam deficiências por toda a vida.

"Esses bebês têm uma necessidade urgente de uma ponte entre o útero da mãe e o mundo exterior", disse Alan Flake, um cirurgião especializado no Hospital de Crianças da Filadélfia que liderou o desenvolvimento do novo dispositivo.

Ilustração mostra como funciona o útero artificial Foto: Children's Hospital of Philadelphia via AP

O objetivo da equipe, disse Flake, era desenvolver um sistema extrauterino pelo qual bebês extremamente prematuros poderiam ficar suspensos em câmaras preenchidas por fluido por algumas semanas vitais até chegarem a idade de 28 semanas, quando suas chances de sobrevivência aumentam drasticamente.

Pode demorar mais 10 anos, mas até lá Flake espera ter um dispositivo licenciado no qual bebês que nascem muito prematuramente têm a chance de se desenvolver em câmaras preenchidas por fluido, em vez de incubadoras com ventilação mecânica./REUTERS

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