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Cientistas obtêm células-tronco sem destruir embriões

Isso pode reduzir questionamentos éticos ao uso de células embrionárias. Cientistas falam em criação de bancos de células

Por Agencia Estado
Atualização:

Cientistas americanos dizem ter desenvolvido uma maneira de cultivar células-tronco embrionárias sem destruir o embrião do qual elas são coletadas. Eles acreditam que isso pode contornar algumas das objeções éticas para pesquisas sobre células-tronco em humanos. Segundo artigo publicado nesta segunda-feira pela Nature News, cientistas da empresa Advanced Cell Technology, de Massachusetts, conseguiram remover com sucesso células-tronco de embriões de camundongos sem provocar danos aparentes. Banco de células Segundo o pesquisador-chefe da Advanced Cell Technology, Robert Lanza, a nova técnica poderia permitir que os cientistas criem um banco de células pessoais para crianças antes do nascimento para tratar possíveis doenças durante a vida. acesse: ´Ethical´ routes to stem cells highlight political divide As células-tronco mantêm o potencial de se desenvolver para se transformar em qualquer tipo de célula, constituindo ossos, músculos e cartilagens. Apesar de ser possível coletar células-tronco de tecidos de adultos, elas não têm todo o potencial de desenvolvimento das células retiradas de embriões. Por isso, a possibilidade de preservar os embriões mesmo com a retirada destas células é uma questão chave atualmente. Filhotes saudáveis "A objeção mais básica às pesquisas com células-tronco embrionárias é o fato de que os embriões são privados de qualquer potencial de desenvolvimento em um ser humano", disse. "Nós mostramos em um modelo de camundongo que é possível gerar células-tronco embrionárias usando um método que não interfere com o potencial de desenvolvimento do embrião." No estudo, os pesquisadores removeram as células-tronco de embriões de camundongos e as colocaram em uma cultura na qual elas se desenvolveram em novas colônias de tecido básico. Quase 47% dos embriões se desenvolveram em filhotes saudáveis - praticamente a mesma proporção que o grupo de controle. O estudo seria debatido nesta segunda-feira na conferência da Sociedade Americana para Medicina Reprodutiva, em Montreal. Falso embrião Um outro estudo publicado na Nature, de uma equipe do Whitehead Institute for Biomedical Research, dos EUA, também está sendo considerada uma maneira de contornar as objeções éticas. Por meio de uma modificação no DNA, os pesquisadores conseguiram criar um embrião de camundongo que nunca se desenvolveria no útero, mas ainda assim poderia continuar sendo usado como fonte de células-tronco. Os cientistas disseram que o embrião não poderia ser considerado uma vida em potencial. Ainda não Porém, Josephine Quintavalle, da organização não governamental CORE, que discute as questões éticas relacionadas à tecnologia aplicada à reprodução, diz que nenhuma das duas pesquisas responde às suas objeções. "Na primeira, não há evidências ainda de que a retirada das células-tronco não vai causar problemas no futuro", diz. "E ambas ainda interferem com o processo natural, e você precisa perguntar por que alguém desejaria essas células-tronco." "Acho que os cientistas fariam muito melhor em se concentrar em outras áreas de pesquisas sobre células-tronco como as retiradas do líquido amniótico ou de células adultas, que parecem muito mais promissoras", diz.      leia mais sobre células-tronco

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