Cientistas seqüenciam cromossomos humanos 13 e 19

Seqüenciamento traz informações importantes sobre base genética de doenças como diabetes, colesterol alto e esquizofrenia

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Por Agencia Estado
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Ao mesmo tempo em que trabalha para decifrar o genoma de suas cobaias, o homem continua a ter seu próprio genoma seqüenciado. Além do código genético do rato, a revista Nature traz também o seqüenciamento de mais dois cromossomos humanos, o 13 e o 19. O pacote traz informações importantes sobre a base genética de doenças como diabetes tipo 2, colesterol alto, esquizofrenia, asma, câncer de mama e de retina. Ao todo, foram identificados mais de 2 mil genes. Cada célula do corpo humano contém 22 pares de cromossomos chamados autossômicos e um par de cromossomos sexuais - XX, nas mulheres, e XY, nos homens. Com os trabalhos publicados agora, são nove os já seqüenciados nos últimos cinco anos: 6, 7, 13, 14, 19, 20, 21, 22 e Y. Refinamento Apesar do genoma humano estar completo, o seqüenciamento dos cromossomos serve como uma forma de refinamento, que permite mapear e estudar os genes de forma mais precisa. "O seqüenciamento do genoma humano foi de extrema importância, mas ainda deixou uma série de buracos", explica a médica e especialista em bioinformática Helena Brentani, do Hospital do Câncer, em São Paulo. "Quando você olha cromossomo por cromossomo, é possível obter um detalhamento muito maior." Entre outras coisas, permite calcular com mais precisão o número de genes contidos no genoma humano - que já foi estimado em 100 mil, caiu para cerca de 30 mil ou 40 mil. Menos genes A estimativa inicial para o cromossomo 19, por exemplo, era de 6 mil genes. O trabalho publicado agora, entretanto, revela que são 1.461 - ainda assim, o cromossomo com a maior densidade de genes já seqüenciado. Já o cromossomo 13 tem apenas 633 genes, só que, em geral, bem maiores do que os outros. A identificação exata de genes relacionados a doenças é crucial para o desenvolvimento de futuros tratamentos e métodos diagnósticos e de prevenção. A exemplo do que já ocorre com o BRCA2, um dos vários genes localizados no cromossomo 13, relacionado ao câncer de mama. Os trabalhos foram coordenados por Andrew Dunham, do Wellcome Trust Sanger Institute, na Grã-Bretanha (cromossomo 13) e Jane Grimwood, do Stanford Human Genome Center, nos Estados Unidos (cromossomo 19).

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