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Clima e queimadas transformam floresta em savana

Só o aquecimento global pode transformar um terço da Amazônia em savana em até 100 anos, alerta pesquisador

Por Agencia Estado
Atualização:

As queimadas e o aquecimento global poderão transformar de 20% a 30% da Floresta Amazônica em savana num período de 50 a 100 anos, segundo um estudo apresentado na 3.ª Conferência Científica do LBA, projeto internacional que estuda o ecossistema da Amazônia. "Num cenário mais pessimista, dentro desse período podemos ter 60% da Amazônia transformada em savana", disse o pesquisador e diretor científico do LBA, Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O estudo foi feito com base em simulações e uso de modelos matemáticos e só levou em conta o aquecimento global. Já o fogo é responsável por uma faixa de cerca de 200 a 300 quilômetros de largura nas "bordas" da Amazônia, que já está se transformando em savana por conta dos desmatamentos. "Com base em dados de observação, há vários indícios que apontam para a savanização das bordas da Amazônia", disse a pesquisadora Maria Assunção da Silva Dias, diretora do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climático (CPTEC) do Inpe. Estudos apresentados na conferência, em Brasília, mostram que as queimadas podem estar relacionadas às mudanças no regime das chuvas no Sul e Sudeste do País e ocasionar até mesmo alterações climáticas na Europa. Conforme pesquisa apresentada na terça-feira por Maria Assunção, um dos efeitos das queimadas é a "exportação da fumaça" (queima da biomassa) na estação seca. "Com as queimadas na Amazônia, está aumentando a emissão de partículas no ar. A Amazônia está exportando produto da biomassa para outros lugares", afirmou.

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