
26 de fevereiro de 2009 | 17h21
Um comportamento considerado injusto ou imoral e tomar uma bebida com sabor desagradável causam a mesma resposta física em um indivíduo: aversão e repugnância. Esse é o resultado de uma pesquisa do Affect and Cognition Laboratory, da Universidade de Toronto, que foi publicada nesta quinta-feira, 26, na revista Science. Os cientistas descobriram que os humanos movimentam os músculos faciais da mesma forma quando comem um alimento desagradável, quando observam imagens repugnantes e quando se sentem tratados com injustiça. "As pessoas realmente sentem aversão em resposta a ofensas morais. A repugnância moral é mais que uma metáfora", explicou à Agência Efe a pesquisadora Hanah Chapman. Apesar de a moral ser considerada um dos marcos da evolução e do desenvolvimento humano, os pesquisadores defendem que os mecanismos de expressão físicas e emocionais são uma ferramenta já utilizada pelos homens mais primitivos como resposta básica de sobrevivência a estímulos muito mais simples. As formas mais simples que geram aversão surgiram como uma emoção que provavelmente foi bastante importante para a sobrevivência humana. "As coisas físicas pelas quais sentimos repugnância são venenos ou coisas que podem causar doença, como detritos, ferimentos sangrentos e alguns insetos, como baratas e larvas. Quando sentimos aversão, queremos evitar esse tipo de coisas, o que nos dá uma vantagem de sobrevivência", disse Chapman. A pesquisa defende que os modelos de virtude não só se constroem sobre complexos pensamentos, mas também com instintos primitivos cujo objetivo é evitar "potenciais toxinas". Em algum momento da evolução, "adquirimos a capacidade de sentir aversão em relação às transgressões morais. Isto é, um novo grupo de desencadeantes - as ofensas morais - foi associado a uma resposta de sobrevivência muito antiga", afirma Chapman.
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