Membros conservadores da Igreja Episcopal formaram sua própria igreja anglicana nos Estados Unidos, em uma ruptura motivada pela consagração de um homossexual como bispo, o papel das mulheres no clero e outras disputas. A decisão, tomada na quarta-feira, 3, em Wheaton, Illinois, é a maior cisão entre os anglicanos e apresenta um novo desafio para os dirigentes da igreja e para o líder mundial da denominação, o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams. Nos últimos cinco anos, desde a consagração de Gene Robinson como bispo de New Hampshire, um número pequeno mas crescente de paróquias e dioceses episcopais nos Estados Unidos votaram por abandonar a igreja. A igreja anglicana, com 2,2 milhões de membros nos Estados Unidos, conta com 77 milhões de fiéis em todo o mundo, é a terceira maior denominação cristã. O bispo Martyin Minns, de Virgínia, disse que a nova constituição e os cânones aprovados em Wheaton serão revisados esta semana por sete dirigentes anglicanos em idéias similares, muitos deles na África, e se espera que aprovem as regras. Por sua parte, Charles Robertson, assessor da episcopisa Katharine Jefferts Shori, presidente da igreja, disse que a "Igreja Episcopal, junto com a Igreja Anglicana do Canadá e do México, são a presença oficial da comunidade anglicana na América do Norte." "Reiteramos que o que foi verdade para os anglicanos por séculos", disse Robertson. "Na igreja episcopal há lugar para opiniões diferentes e lamentamos que alguns tenham sentido a necessidade de se afastarem da diversidade de nossa vida comum em Cristo."