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CPI do Tráfico de Animais pede investigação de criatórios

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da CPI do Tráfico dos Animais, Luiz Ribeiro (PSDB-RJ) pedirá ao governo uma devassa em todos os criatórios científicos de animais no País. Ele também solicitará ao Ministério Público o indiciamento de 30 criadores de animais do Rio Grande do Sul que estariam envolvidos com uma suposta Conexão Argentina. Segundo Ribeiro, animais capturados no Brasil, atravessam a fronteira para serem legalizados e depois exportados para Estados Unidos, Canadá e Europa. As medidas foram anunciadas nesta terça-feira durante reunião da CPI. Ribeiro narrou o flagrante em um criatório gaúcho em que o proprietário tentou vender para o próprio deputado papagaios raros do papo roxo, ameaçados de extinção e localizados, principalmente, em áreas indígenas. Cinco papagaios apreendidos, durante a operação, foram exibidos na Câmara como prova da irregularidade. Entre eles, dois de papo roxo que integram o Anexo 1 da Convenção Internacional sobre o Comércio de Espécies da Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção (CITES). Esse anexo inclui os bichos com maiores riscos de extinção. Os criatórios científicos são proibidos de comercializar animais. Ganham autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para desenvolver pesquisas, mas segundo apurou Ribeiro esses criatórios estão servindo de ?fachada? para o comércio ilegal de espécies. ?Nem sempre o criatório devidamente autorizado é idôneo? , endossou o chefe da fiscalização do Ibama no Amazonas, Ênio Ronald de Almeida, que participou da operação. Na diligência a Porto Alegre e acompanhado por técnicos do Ibama e de policiais, Ribeiro marcou com o proprietário do criatório Navajo a entrega da ?encomenda? em um posto de gasolina. ?Antônio Lopes apareceu com 20 papagaios numa gaiola e dois mutuns em uma caixa?, contou o deputado. Lopes recebeu multa de R$ 29 mil pelos animais que carregava no carro, mas o valor pode subir porque no criatório existiam ainda cerca de 500 animais que já estão sob a guarda de policiais. O presidente da CPI informa que com base em informações da organização não-governamental Renctas já foi possível identificar mais de 450 sites brasileiros que vendem animais. Curiosamente, as espécies típicas do Brasil aparecem em sites estrangeiros, com preços bem superiores aos oferecidos pelos brasileiros. Para Ribeiro, certamente há ligação entre os traficantes de animais que operam no País e os do exterior.

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