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CPI vai investigar tratamento de água em São Paulo

Para presidente da CPI, jogar na represa o lodo residual das estações de tratamento é um fato grave e merece análise

Por Agencia Estado
Atualização:

A CPI da Contaminação e do Passivo Ambiental, instalada na Câmara Municipal, vai investigar possíveis problemas no processo de tratamento da água servida na cidade de São Paulo. Anteontem, o secretário estadual de Energia e Recursos Hídricos, Mauro Arce, afirmou à CPI que o lodo residual, proveniente das estações de tratamento, é atirado nos próprios mananciais. Quando a água sai da represa, é enviada para a estação de tratamento. O processo de purificação provoca o surgimento de um lodo, que contém substâncias impróprias para o consumo, que estavam na represa. Esse lodo acaba devolvido para os mananciais, por falta de espaços adequados para armazenar o material, como um aterro, por exemplo. Apesar de confirmar o processo, Arce, que também preside a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), negou que isso aumente a poluição das represas. "O que volta para os mananciais é exatamente o que foi retirado dali", afirmou. Ele admitiu, entretanto, que o processo não é benéfico para o meio ambiente. "Estamos devolvendo para o manancial aquilo que é retirado do manancial. Agora, é o mais adequado? Vamos levar algum tempo para saber qual é o melhor tratamento a ser dado para esse resíduo", disse. Ontem, Arce não foi localizado para comentar o assunto. Para o presidente da CPI, vereador Jooji Hato (PMDB), os fatos são "graves" e devem ser investigados pela comissão. "Com o tempo, esse lodo vai ficando concentrado na represa, o que pode comprometer a qualidade da água", disse.

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