Criador se inspirou em santuários americanos e africanos

Criadouro Velho Jatobá é o único no País que pode ser considerado um santuário de animais

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Segundo Marilda Corrêa Heck, coordenadora do Núcleo de Fauna do Ibama em São Paulo, o Criadouro Velho Jatobá é o único no País que pode ser considerado um santuário de animais. ?Não há nada parecido dentro desse conceito, que inclui dar condições de vida aos animais que não podem mais viver na natureza, até a sua morte, e que não seja destinado à visitação nem ao lucro?. Funcionando há seis anos, o criadouro já consumiu entre R$ 500 mil a R$ 1 milhão em construções e custa cerca de R$ 150 mil por ano em manutenção. Proprietário de uma empresa que fabrica e comercializa reagentes para laboratórios e centros de pesquisa, Pedro Alejandro Ynterian passa três dias por semana em sua empresa, em São Paulo, e quatro no criadouro. ?Preciso ganhar lá para gastar aqui?, diz. Segundo ele, sua motivação é a paixão pelos animais. ?Poderia gastar meu dinheiro em viagens ou passeios de barco, mas prefiro investir nos bichos.? Com a ajuda de 12 funcionários e uma estrutura que inclui dormitório, creche e enfermaria para os animais, Ynterian compra pessoalmente toda a comida servida no criadouro. ?Não aceito doações para garantir a qualidade e manter a saúde dos animais?. Na geladeira, nunca faltam verduras e frutas (como morango, pêssego, mexerica e manga), além de leite, sucos e até doces - para a sobremesa dos chimpanzés. Somente de iogurtes, são consumidos 60 litros por mês. ?Visitei vários santuários nos Estados Unidos e na África para aprender e poder adaptar às condições e às espécies daqui?. Naturalizado brasileiro, Ynterian está no país há 18 anos. Natural de Cuba, o criador participou como estudante da revolução cubana, da qual virou dissidente quando o autoritarismo começou a dominar. Com 20 anos na ocasião, refugiou-se durante quatro meses na embaixada brasileira em Havana, até deixar o país e seguir para os Estados Unidos. ?Se tivesse sido pego, teria permanecido 30 anos na prisão?. Para o gerente executivo do Ibama em São Paulo, Wilson Lima, parceiros como o criador são a melhor alternativa para a passivo existente hoje. ?O Ibama e as polícias ambientais estão se equipando e endurecendo no combate ao tráfego, aumentando o número de animais apreendidos, mas precisamos ter locais para destiná-los?, diz.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.