Declaração sobre homossexualidade agita Espanha

Psiquiatra diz que homossexualidade é "patologia" e recebe críticas até de conservadores

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Por Agencia Estado
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A declaração que um psiquiatra espanhol fez na segunda-feira ao Senado, afirmando que a homossexualidade é uma "patologia", acendeu uma acalorada polêmica na Espanha, inclusive nas fileiras da oposição de direita, que estimulou a apresentação do especialista. "A homossexualidade é uma patologia", disse Aquilino Polaino, catedrático de Piscopatologia na Universidade Complutense de Madri e na Universidade Católica San Pablo-CEU, ao se apresentar diante dos senadores espanhóis, em pleno debate sobre a aprovação de uma lei que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Segundo Polaino, um homossexual tem um perfil psicopatológico caracterizado por "um pai hostil, distante e alcoólatra" e uma "mãe fria e superprotetora", entorno que também pré-dispõe à depressão e ao vício de drogas. Tese "grotesca" As declarações geraram uma onda de críticas por parte de associações de gays e lésbicas, além de setores da direita. "É um intolerante que nos quer dar um choque elétrico", exclamou o presidente da Fundação Triângulo pela igualdade de gays e lésbicas. O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que apóia o projeto de lei, afirmou que estas teses sobre os homossexuais são "grotescas". Mas as maiores críticas vieram da oposição de direita que, embora lidere um movimento conservador contra o casamento homossexual, não quer ser acusada de homofóbica. Os porta-vozes do Partido Popular no Senado e na Câmara dos Deputados expressaram seu "absoluto repúdio" às palavras do especialista, pois datam de épocas "já superadas". A eles se somaram o prefeito de Madri, Alberto Ruiz Gallardón, e a ministra da Saúde, do PP, Ana Pastor.

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