Delegacia do Meio Ambiente investiga aterro de lago em Osasco

O lago aterrado era cabeceira de drenagem dos córregos Baronesa e Ricos e funcionava como um "piscinão" para contenção das águas nessa área

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Delegacia do Meio Ambiente de Osasco (SP) instaurou nesta sexta-feira inquérito policial para apurar quem foi responsável pelas obras do aterro de uma lagoa de 30 mil metros quadrados, localizada em Área de Preservação Permanente na Várzea do Tietê. O gabinete do prefeito Celso Giglio (PSDB) também divulgou nota oficial, anunciando a abertura de um inquérito administrativo para apurar as responsabilidades quanto ao que chamou de "aterro clandestino". Caseiro acusa prefeitura A Delegacia Seccional de Polícia de Osasco divulgou nesta sexta os termos do depoimento, prestado há dez dias, por Estevam Francisco Sampaio de Souza, caseiro da área onde se encontrava a lagoa, no qual ele acusa a Prefeitura de ter mandado fazer o aterro. A área pertence ao antigo Clube de Campo de Osasco e foi cedida por seis meses para Prefeitura, por meio de um contrato de comodato assinado em agosto de 2001. A Prefeitura utilizou parte da área para assentar 30 famílias retiradas de uma favela que existia na região central da cidade. De acordo com o depoimento de Souza, "os moradores de perto do local já estão contrariados com o primeiro assentamento e têm receio de que no local da lagoa aterrada possa ser implantado um segundo assentamento". De acordo com o caseiro, "foi o secretário de Habitação de Osasco, Jair Assaf, quem autorizou o descarte de entulho e de terra no local". Souza disse que caminhões com logotipo da Prefeitura trabalharam na obra. Assaf, espécie de super-secretário do prefeito, nega qualquer responsabilidade. Enchentes devem aumentar O lago aterrado era cabeceira de drenagem dos córregos Baronesa e Ricos e funcionava como um "piscinão" para contenção das águas nessa área. O aterro deve provocar aumento de enchentes na região central de Osasco. A Polícia Florestal lavrou um ato de infração, multou a Prefeitura em (apenas) R$ 723 e embargou a obra. De acordo com o auto de infração, havia no local "vegetação nativa pioneira em estágio inicial de regeneração".

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