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Deputada européia critica plano brasileiro para Angra 3

A líder do bloco verde europeu considera a construção da usina no Brasil "um absurdo"

Por Agencia Estado
Atualização:

A deputada do Parlamento Europeu, Monica Frassoni, criticou o governo Lula pelo projeto de construção da Usina Nuclear Angra 3. A líder do bloco verde europeu também questionou a produção de alimentos transgênicos e defendeu a internacionalização da Amazônia. Frassoni, que é co-presidente do expressivo Grupo dos Verdes no Parlamento Europeu, afirmou que considera "um absurdo um país como o Brasil, com toda a energia renovável que possui, gastar 6 bilhões de reais para construir um novo reator nuclear". A deputada italiana refere-se ao projeto de construção da Usina Angra 3, discutido em Brasília, e que, segundo ela, "possui fortes defensores dentro do governo". A europarlamentar afirmou que "encorajou o governo brasileiro a não aprovar o projeto, já que Brasília ainda não tomou uma decisão definitiva", durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A eurodeputada, que preside a coligação junto com Daniel Cohn-Bendit, líder do movimento estudantil de maio de 1968 na França, também defendeu a criação de uma área de proteção internacional na Amazônia. Segundo ela, existe muita desconfiança entre os políticos brasileiros sobre este assunto. "Quando falamos em proteção internacional da Amazônia, não estamos falando em tirar a soberania do Brasil sobre a área", esclarece a deputada. "O problema é como podemos cooperar para salvar a Amazônia, que neste momento não está protegida". Em fevereiro deste ano, o atual presidente da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, defendeu a idéia de uma "gestão internacional da Amazônia". Suas declarações provocaram reações negativas no governo brasileiro. "Através de argumentos absolutamente nacionalistas, alguns políticos divulgam a idéia de que alguém quer tomar a Amazônia do Brasil", afirmou ela. "Existe vontade de ajudar nesta situação que se apresenta muito insuficiente quando se fala em proteção da Amazônia. Portanto, há uma responsabilidade internacional de cooperar neste sentido", disse Frassoni.

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