Descoberto sistema solar miniatura em formação

Astrônomos estão empolgados com a descoberta de um minúsculo objeto semelhante a uma estrela circundado por um disco de poeira que poderá algum dia formar planetas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Os astrônomos descobriram o que dizem que pode ser um sistema solar em miniatura em formação. No mais recente exemplo da aparente fecundidade da natureza, um minúsculo objeto semelhante a uma estrela mas pequeno demais para ser uma estrela parece estar circundado por um minúsculo disco de poeira que poderá algum dia formar planetas que até poderão talvez por um breve período serem capazes de suportar vida, segundo as observações deles. A descoberta levanta a possibilidade de que os astrônomos logo venham a descobrir planetas de verdade e moradas habitáveis em torno de objetos que são pouco maiores que os próprios planetas. O corpo semelhante a uma estrela, apenas cerca de 15 vezes mais maciço que o planeta Júpiter, é o menor objeto a ser encontrado com tal disco. Com uma temperatura de 3.600 graus Fahrenheit (aproximadamente 1.980ºC) é também o mais frio. Como tal, não é realmente uma estrela mas uma estrela fracassada conhecida como anã marrom. `É simplesmente inacreditável", disse o dr. Levin Luhman do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian). "Um pequeno disco capaz de formar planetas em torno de um objeto que ele próprio é suficientemente pequeno para ser um planeta". Nasa/DivulgaçãoComparação do Sistema Solar com a simulação de um minissistema descoberto em torno da estrela anã marrom OTS 44 Luhman comandou uma equipe internacional de astrônomos que observaram o anã marrom, conhecido como OTS 44, usando o Telescópio Espacial Spitzer. Ele está discutindo os resultados esta semana numa reunião sobre planetas extraterrestres no Aspen Center for Physics (Centro de Física Aspen) no Colorado. Um documento descrevendo os resultados será publicado na The Astrophysical Journal Letters. O dr. Geoffrey W. Marcy, da Universidade da Califórnia, Berkeley, disse que a notícia abriu uma nova possível morada para a vida, em planetas parecidos com a Terra orbitando anãs marrons. "Embora essas Terras só se aqueceriam por somente uns poucos milhões de anos", disse ele numa mensagem por e-mail, "é interessante imaginar que bioquímica pode palpitar valentemente durante esse breve período no qual o anão marrom está suficientemente luminoso para aquecer a terra, mas que depois congela antes que a evolução de Darwin possa acontecer. Este trabalho dá continuidade a uma recente tendência em que astrônomos usando telescópios cada vez maiores têm transferido um pouco sua atenção dos objetos maiores e mais brilhantes do cosmo -- explosões de supernovas, quasares e galáxias gigantescas -- para passar a prestar mais atenção nos menores e menos brilhantes. Pequenos objetos opacos são em muito maior número que seus primos mais espetaculares e violentos e é entre esses habitantes mais humildes do universo que os astrônomos devem procurar pela vida ou condições amigáveis à vida. O Telescópio Espacial Spitzer, lançado em órbita em torno do Sol em 2003, é o quarto e mais recente dos chamados Grandes Observatórios da Nasa. Destina-se a ver radiações infravermelha ou de calor emitidas por objetos celestiais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.