Um caso de abuso sexual contra a diocese católica de Wilmington e um ex-padre será adiado depois que as autoridades eclesiásticas pediram proteção contra falência, na véspera do julgamento.
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O pedido, apresentado no domingo, adia o encaminhamento do processo judicial, que deveria ter início nesta segunda-feira, 19, no Tribunal Superior do Condado de Kent.
"Esta foi uma decisão dolorosa, uma que rezei para não ter de tomar", disse o bispo da diocese, W. Francis Malooly, em nota publicada no website oficial da congregação.
Wilmington é a sétima diocese católica dos Estados Unidos a buscar proteção contra falência desde que os escândalos de abusos sexuais cometidos por padres irromperam há sete anos, na arquidiocese de Boston.
A diocese de Wilmington cobre todo o Estado de Delaware e o litoral leste de Maryland, e atende a cerca de 230 mil católicos.
Thomas Neuberger, um advogado que representa 88 supostas vítimas, descreveu o pedido contra falência de "um esforço desesperado para esconder a verdade do público e encobrir milhares de páginas de documentos escandalosos" que viriam a público no julgamento.
O bispo Malooly disse que a decisão foi tomada "após cuidadosa consideração e consultas com meus conselheiros mais próximos", e que ele acredita "não ter escolha".
O julgamento desta segunda-feira teria sido o primeiro a ocorrer sob uma nova lei de Delaware que criou uma "janela para o passado" de dois anos, permitindo que pessoas que alegam ter sido vítimas de abuso sexual apresentem suas queixas, independentemente de o prazo de prescrição do crime já ter se esgotado.
Mais de 20 moradores de Delaware apresentaram ações contra o ex-padre Francis DeLuca. Ele atuou no sacerdócio por 35 anos, mas foi excluído depois de ser preso, em 2007, por abusar seguidas vezes do sobrinho-neto.