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Ecologistas criticam Ibama 6 meses após crime

Órgão não investiu contra crimes ambientais e ainda pretende tirar fiscal da reserva onde houve assassinato

Por Agencia Estado
Atualização:

Seis meses após o assassinato do ativista Dionísio Júlio Ribeiro Filho, ambientalistas da Reserva Biológica do Tinguá, na Baixada Fluminense, onde Ribeiro Filho trabalhava e morava, denunciam que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) não realizou nenhum investimento na região, como teria sido prometido na época do crime. Segundo eles, práticas ilegais, como a caça e a extração do palmito, continuam ocorrendo e só existem quatro fiscais para cuidar da reserva, que tem 26 mil hectares e abrange seis municípios. Os ambientalistas estão revoltados também porque, há menos de 15 dias, a direção do Ibama em Brasília determinou a transferência do agente florestal Márcio Castro das Mercês, que, junto com Júlio, foi um fundadores da reserva, em 1989. Castro afirma que a mudança teria sido decidida por medida de segurança, já que vinha sendo ameaçado. Mas ele é contra. ?As ameaças são constantes, mas não me amedrontam. Eu perdi um companheiro (Júlio) nessa mesma trincheira e prefiro deixar o Ibama a abandonar a luta ambiental?, garantiu. Júlio foi assassinado na madrugada de 22 de fevereiro, quando voltava para casa, por uma trilha. Ele vinha sofrendo ameaças por denunciar a caça e a extração do palmito. Castro deve ser transferido para o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, na Região Serrana. Revoltados, os ambientalistas acionaram a Justiça. Uma ação civil pública nos Ministérios Públicos Estadual de Nova Iguaçu e Federal, contra o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente, foi impetrada porque diversas "promessas não foram cumpridas?, disse o ambientalista Sério Ricardo de Lima, da reserva.

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