Economistas querem leis que estimulem preservação

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Por Agencia Estado
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O professor de Economia Ambiental da Universidade de Brasília, Jorge Nogueira, criticou ontem as leis brasileiras para preservação do meio ambiente, durante o 4º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, que se realiza em Curitiba. "Nós estamos na pré-história. É preciso chegar na era moderna", afirmou. "Há 30 anos há lei dizendo que 30% da mata atlântica deveria estar preservada, mas só agora descobriu-se que não foi obedecida". Segundo ele, além das punições, a legislação precisaria prever estímulos para que as pessoas possam optar pela preservação da natureza. "Tem que usar princípios econômicos para a preservação e não apenas punição e lei", opinou. Nogueira citou o exemplo de uma pessoa que precisa ter uma reserva legal de 80% na região amazônica. "Isso é um custo para ele, por isso não obedece", acentuou. "A sociedade, para quem isso é importante, deveria pagar para que ele mantivesse essa reserva legal", propôs. Nogueira elogiou o grupo de trabalho com técnicos dos ministérios do Planejamento, Fazenda e Meio Ambiente que estão estudando critérios ambientais que seriam exigidos para que interessados tivessem acesso aos fundos de financiamento criados para desenvolvimento regional. "Não se pode matar a galinha dos ovos de ouro", afirmou. "Deve haver uma razão para a natureza ser assim". Também economista, o professor Carlos Eduardo Young, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, criticou o fato de a expansão da fronteira agrícola em áreas de floresta ter sido utilizada como válvula de escape para acomodar excedente populacional. "Mesmo na Amazônia, o desmatamento gera pouco emprego", salientou. "Depois de tomada a fronteira agrícola avança-se na área da agricultura familiar e expulsa ainda mais a mão-de-obra".

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