Edifício verde economiza até 20% na taxa de condomínio

Redução da taxa deriva da queda nos custos globais de manutenção e operação dos prédios

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Por Agencia Estado
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Os edifícios ecologicamente corretos, chamados nos Estados Unidos de "green buildings" (edifícios verdes), podem apresentar uma economia média de 10% a 20% na taxa do condomínio. A redução da taxa deriva da queda nos custos globais de manutenção e operação dos prédios. Segundo o especialista norte-americano Terry Hoffmann, da Johnson Controls, um estudo revelou que os gastos com manutenção e operação representam 50% do total de despesas para construir e manter em funcionamento um edifício durante 40 anos. Outros 25% são gastos com mudanças de layout e reformas, 14% com custos financeiros e 11% com a construção propriamente dita. O conceito dos edifícios verdes surgiu na década de 70, nos EUA, e ganhou força em 1993, quando arquitetos, engenheiros e outros especialistas fundaram a United States Green Building Council (USGBC). A entidade desenvolveu parâmetros para classificação da eficiência de cada construção, conhecidos como Sistema Leed. Entre os critérios, estão a eficiência das instalações elétrica, hidráulica e de ar condicionado, o tipo de material de construção empregado e o impacto da obra sobre a vizinhança. Partindo desses critérios, a USGBC concede o selo de edifício verde à obra. Economia "Algumas empresas perceberam que isso é bom para os clientes e para os incorporadores", afirmou Hoffmann. Não é apenas o apelo ecológico que ajuda a difundir o conceito, mas a economia com os custos operacionais e menores taxas de condomínio. "Em alguns casos, pode-se poupar até 50%", acrescentou. A USGBC é uma entidade independente, sem fins lucrativos, que estabeleceu os critérios para certificação dos edifícios verdes. Para assessorar projetistas e incorporadores na especificação de seus empreendimentos, surgiram empresas como a Johnson Controls, que parte das normas da USGBC. Para o presidente da companhia no Brasil, Luiz André Almeida Reis, o selo verde pode ser um bom argumento de vendas e locação dos empreendimentos. "Os incorporadores enxergam apenas o custo da obra, mas esse investimento é apenas o começo", afirmou. Segundo o executivo, quando os incorporadores não se preocupam com os custos de manutenção dos edifícios que projetam, perdem um importante apelo de marketing, já que o locatário buscará sempre a relação condomínio/aluguel mais vantajosa. O diretor de engenharia da construtora Método, Fernando Augusto Ferreira, concorda. "Desconsiderar os custos de condomínio é uma decisão burra, porque o locatário fará essa conta", disse. Segundo Ferreira, os edifícios verdes embutem elevado grau de tecnologia, mas sua construção não custa necessariamente mais. Segundo Hoffmann, há "algumas dúzias" de edifícios verdes pelo mundo. O maior apelo está no mercado de construções comerciais, embora a USGBC tenha desenvolvido também critérios para edifícios residenciais. "Os edifícios comerciais são onde as pessoas passam a maior parte do dia; além disso, sua complexidade e o impacto que exercem sobre a vizinhança requerem mais cuidados", justificou. Hoffmann apresentou os edifícios verdes a fornecedores e parceiros da Método Engenharia. A construtora brasileira está desenvolvendo o primeiro edifício do País que segue alguns dos critérios do USGBC. Trata-se do complexo empresarial Rochaverá Plaza, em São Paulo.

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