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Educação ambiental diminui acidentes com cobras

Projeto desenvolvido pelo Ibama, no Vale do Ribeira, incentiva população a não temer ou matar serpentes

Por Agencia Estado
Atualização:

Desenvolvido há cerca de um ano pelo Ibama, em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo e o Instituto Sócio Cultural Terra Papagallis, o Projeto Serpentes do Vale do Ribeira tem diminuído drasticamente o número de acidentes envolvendo picadas de cobras na região. Segundo Wilson Lima, gerente executivo do Ibama em São Paulo, um dos principais objetivos do programa é mudar a mentalidade da população, que sempre associa as serpentes a coisas ruins. ?A tendência das pessoas, ao se depararem com qualquer tipo de cobra, é matá-la. No entanto, a maioria das espécies de serpentes é inofensiva e extremamente útil, pois atua no controle de determinadas populações, como ratos e camundongos, que transmitem doenças e provocam prejuízos às plantações e depósitos de alimentos?, diz. Além disso, Lima lembra que as cobras são espécies nativas, protegidas pela Lei de Crimes Ambientais, e um excelente bioindicador da qualidade ambiental, principalmente no Vale do Ribeiro, onde está o maior remanescente contínuo de Mata Atlântica ainda existente. ?Quanto mais cobras, melhor conservada está a área?. O projeto, que acaba de conseguir financiamento de R$ 20 mil da Fundação O Boticário, para mais um ano de atividades, é coordenado por um biólogo da Polícia Ambiental e voltado principalmente para educação. ?Orientamos os moradores para não se apavorarem com as serpentes e a ligarem para o Ibama quando encontrarem cobras dentro de casa, por exemplo?, conta. A sede do programa é a base do Ibama, em Iguape. As serpentes capturadas ficam em caixas individuais lacradas, protegidas do meio ambiente externo e em condições de segurança. São utilizadas em pesquisas de reconhecimento das espécies de serpentes venenosas e não venenosas, distribuição geográfica, comportamento e habitat, soroterapia adequada. São usadas também para educação ambiental, além da troca com outros criadouros legalizados e com o Instituto Butantã, para permuta com soros. Segundo dados do Ibama, existem cerca de 2.700 espécies de serpentes no mundo, das quais 256 são brasileiras. Destas, apenas 70 são venenosas. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 20 mil pessoas são mordidas todos os anos por esses animais, sendo que 200 morrem pela falta ou aplicação tardia de soro.

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