13 de março de 2013 | 16h41
O nome do argentino Jorge Bergoglio, eleito papa nesta quarta-feira, 13, teve destaque em setembro 2005, quando detalhes do conclave que elegeu o papa Bento XVI foram divulgados. Após cinco meses da eleição de Joseph Ratzinger, duas publicações italianas divulgaram trechos do diário de um dos 115 cardeais que tiveram direito a voto. Ele aceitou que parte do diário fosse publicada pela revista geopolítica Limes e pelo jornal La Repubblica, desde que mantido o anonimato.
O relato anônimo conta que o cardeal jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, considerado progressista e a favor das reformas sociais, havia sido escolhido por um grupo de cardeais como o principal candidato contra o favorito e conservador alemão Joseph Ratzinger. Foi uma surpresa para os vaticanistas que apontavam o cardeal Carlo Maria Martini, também jesuíta, como o grande opositor ao ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que acabou eleito, após quatro escrutínios.
Os desafios do novo papa
Na ocasião, a reportagem da revista italiana Limes disse que Ratzinger foi eleito apenas depois do cardeal argentino, considerado seu principal rival, mostrar que não desejava assumir a responsabilidade do cargo. “Na tarde de 19 de abril, tudo se inverteu. Uma rachadura, nada pequena, estava para se abrir no bloco”, traz o diário. Bergoglio recebeu 26 indicações e ficou num distante segundo lugar. Joseph Ratzinger conquistou 84 votos e foi eleito. “Na Capela Sistina houve um momento de silêncio, seguido por um longo e cordial aplauso.”
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