Em Angola, Bento XVI pede conversão de adeptos da bruxaria

Papa pede que católicos ofereçam mensagem de Cristo para os ameaçados por 'espíritos' e 'poderes do mal'

PUBLICIDADE

Por Agência Estado e Associated Press
Atualização:

O papa Bento XVI apelou aos católicos de Angola neste sábado, 21, que estendam a mão e convertam os adeptos da bruxaria que se sintam ameaçados por "espíritos" e "poderes do mal". Em sua primeira peregrinação na África, o papa lembrou os mais de 500 anos do Catolicismo Romano em Angola, afirmando que o Cristianismo era uma ponte entre as pessoas locais e os colonizadores portugueses.

 

PUBLICIDADE

"Na Angola de hoje, os católicos devem oferecer a mensagem de Cristo para os muitos que vivem com medo de espíritos, de poderes do mal que os ameaçam, desorientados, até chegando ao ponto de condenarem crianças de rua e mesmo os mais idosos porque, dizem eles, são bruxos", afirmou o papa. Na África, alguns católicos que frequentam igrejas também seguem religiões tradicionais animistas e consultam adivinhos médicos que são condenados pela Igreja. As pessoas acusadas de bruxaria ou de terem sido possuídas por poderes do mal algumas vezes são mortas por multidões amedrontadas.

 

O papa Bento XVI aconselhou os católicos a "viver em paz" com os animistas e outros ateus e instou os angolanos a serem os "novos missionários" para trazer aqueles que acreditam em bruxaria para o Cristianismo. Entre os 16 milhões de angolanos, 88% são cristãos e cerca de 65%, católicos.

 

O pontífice falou durante uma missa na Igreja de São Paulo e foi recebido por uma enorme multidão. Bento XVI foi a Angola para pagar tributo à terra onde o primeiro católico convertido da África foi batizado, em 1491. Na sexta-feira, ele pediu aos angolanos que continuem com seu caminho de conciliação, após quase três décadas de guerra civil (1975-2002). Segundo o pontífice, o diálogo deve superar qualquer conflito e tensão. A principal autoridade da Igreja Católica também condenou a violência contra a mulher e censurou os países do continente que aprovaram o aborto.

 

No início da semana, o papa afirmou quando viajava para a África que a camisinha não era a resposta para o combate à Aids, sugerindo que o comportamento sexual era a chave da questão. A Igreja Católica defende a abstinência sexual como forma de prevenção da doença. Os comentários do pontífice foram alvos de crítica de vários países e organizações.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.