
02 de julho de 2009 | 17h43
O biólogo britânico Richard Dawkins disse hoje no Brasil, onde participa da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que a religião "é a justificativa para fazer coisas terríveis, como assassinatos ou terroristas suicidas".
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Dawkins, que participa de uma das mesas-redondas da Flip, argumentou, no entanto, que não acha que as pessoas religiosas sejam "más" e que "muitas de suas ações são motivadas pelo desejo de fazer o bem".
Autor de livros como Deus, um Delírio e O Gene Egoísta, o cientista disse, em entrevista coletiva, que a falta de informação é um dos principais motivos para que as pessoas recorram à fé religiosa.
"Acabo de retornar do Pantanal e fiquei deslumbrado com tanta beleza", disse Dawkins, acrescentando que, "se não conhecesse Darwin, ajoelharia e diria que isso é obra de Deus".
Firme defensor das teorias evolucionistas e do livro Origem das Espécies, obra de Charles Darwin que este ano completa 150 anos, disse que este livro "é o mais importante da história, porque consegue resolver o maior mistério da vida: por que somos o que somos".
"É um livro que não foi devidamente reconhecido por causa da ignorância e porque a religião quer fornecer explicações preparadas para mentes mais ingênuas", acrescentou o cientista.
Dawkins, reconhecido ateu e humanista, lembrou sua recente participação em uma campanha a favor do ateísmo através de inscrições nos ônibus de Londres nas quais se podia ler "Deus provavelmente não existe. Então, pare de se preocupar e vá aproveitar sua vida".
Neste sentido, mostrou-se partidário em utilizar um termo mais "amigável" para definir os ateus e evitar "os preconceitos existentes".
Dawkins defendeu como uma possibilidade a palavra inglesa "bright", cuja tradução literal seria brilhante ou inteligente, e que já é utilizada por algumas correntes do ateísmo.
A sétima edição da Flip começou ontem e terminará no próximo domingo.
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