Embrapa atrasa pesquisas sobre transgênicos

Falta de regulamentação para estudos de campo restringiram desenvolvimento de produtos resistentes

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Por Agencia Estado
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A falta de regulamentação para testes de campo restringiu o avanço de muitos projetos que a Embrapa vem desenvolvendo com produtos transgênicos, segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnológicos, Elibio Rech. A expectativa agora é com a aprovação da Lei de Biossegurança. "Com a perspectiva da lei, as coisas estão entrando no ritmo adequado", afirmou ele na 7ª Conferência Mundial de Pesquisa de Soja. Entre os projetos há um específico para a soja, em conjunto com a Basf, iniciado em 1995. O objetivo é desenvolver uma variedade tolerante ao herbicida Imazapyr. Outros, de acordo com Rech, serão muito importantes para pequenos agricultores que trabalham com produtos que não são commodities, como feijão e mamão. "A biotecnologia é importante para ajudar a achar uma solução para a fome no mundo", acentuou. Regulamentação clara Segundo ele, para esses projetos a Embrapa destina R$ 2 milhões por ano. "Uma regulamentação clara, que viabilize a pesquisa e a comercialização de produtos, é um incentivo para que outras empresas apoiem", acredita. O desenvolvimento de um mamão resistente ao vírus da mancha anelar, por exemplo, já tem dez anos de trabalho. Com a Lei de Biossegurança, a semente poderá ir para o teste de campo e eliminar um dos problemas que mais depreciam a fruta. Os Estados Unidos já desenvolveram uma variedade resistente a essa doença, mas ela não se adapta ao Brasil. Por isso, a importância das pesquisas na Embrapa. Feijão resistente Em relação ao feijão resistente ao mosaico dourado, que vem sendo desenvolvido há 13 anos, a Embrapa aguarda autorização do Ibama para os testes de campo até o dia 15, data limite para o plantio. "Não podemos perder mais tempo", disse Rech. Após os experimentos em campo, o pesquisador acredita que serão necessários mais três ou quatro anos para que as sementes estejam prontas para o mercado.

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