Embrapa lança máquina que produz diesel vegetal

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Por Agencia Estado
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A Embrapa e a Universidade de Brasília lançaram nesta quinta-feira protótipo de uma máquina que aumenta as chances de baratear o óleo diesel vegetal e oferece aos agricultores uma opção de auto-suficiência energética. Com altas temperaturas e uso de um catalisador, o equipamento é capaz de converter óleo de soja, de girassol, dendê ou até de fritura em óleo diesel vegetal. Os pesquisadores inventaram um catalisador que permite uma maior produção de óleo e eliminação de impurezas. A cada litro de óleo à base de fibras vegetais é possível extrair 700 ml de óleo diesel vegetal, informa o professor do Instituto de Química da UnB, Paulo Suarez, um dos responsáveis pelo projeto. Depois é só abastecer o veículo ou trator a diesel, sem necessitar adaptar o motor. O agricultor pode passar a produzir o seu próprio combustível. Ontem, durante o lançamento, um ônibus movido 100% a óleo diesel vegetal transportou o ministro da Agricultura, Marcus Vinícios Pratini de Moraes, e demais autoridades da sede da Embrapa até a unidade de Recursos Genéticos e Biotecnologia da empresa. No percurso de cerca de 800 metros, o ministro avaliou que o novo modelo pode ser uma boa alternativa para agricultores, principalmente da Amazônia e Centro-Oeste que, por estarem distantes do centro consumidor, são penalizados com altos custos do transporte do combustível. O pesquisador da Embrapa Elias de Freitas Junior explica que outra vantagem do produto é reduzir a emissão de gases do efeito estufa em comparação com o diesel tradicional. Ele observa que a extração do petróleo retira gás carbônico do subsolo e depois o lança para a atmosfera contribuindo para o efeito estufa. Já o óleo diesel vegetal, assim como o álcool, contribui para capturar esses gases. ?Temos um combustível verde?, entusiasma-se o pesquisador, informando ainda que o projeto vem sendo desenvolvido há um ano e meio. Desde março, dois motores, um alimentado por diesel convencional e outro por diesel vegetal, têm funcionado por períodos idênticos. ?Até agora, nenhum problema com o motor de diesel vegetal?, garantiu o pesquisador. Isto indica, na opinião dele, que não há acumulação de gordura dentro dos motores, um dos problemas apontados por críticos do biodiesel. A equipe conseguiu desenvolver um catalisador que permite reduzir a temperatura necessária para produzir o óleo. Ao invés dos 350º C, inicialmente utilizados no processo, os pesquisadores conseguiram empregar uma temperatura de 200.º C. O biodiesel não é uma proposta nova no Brasil, surgiu ainda na época do Proálcool. Volta a se apresentar como uma alternativa, diante da alta do dólar e da crise no Oriente Médio, que encarece o etróleo. A Secretaria de Agricultura de São Paulo tem testado óleo de girassol em tratores.

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