Empresas pedem norma global para crédito de carbono

Dirigentes se reúnem com Blair e pedem que o G8 defina mecanismo de troca de emissões de gases do efeito estufa

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Por Agencia Estado
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Os dirigentes de algumas das mais importantes empresas do mundo, como British Petroleum (BP), Petrobras, Volkswagen e Ford, fizeram um pedido aos líderes do G8 para que acertem um mecanismo global de troca de emissões de carbono que permita um melhor controle. Eles se reuniram na noite de quinta-feira em Londres com Tony Blair, que quer fazer da mudança climática uma das duas grandes prioridades - junto à luta contra a pobreza na África - da próxima cúpula do G8 - as sete nações mais ricas e a Rússia - em Gleanagles (Escócia), no início de julho. Steve Lennon, presidente da Comissão do Meio Ambiente e Energia da Câmara Internacional de Comércio, que representa centenas de milhares de companhias estabelecidas em 130 países, qualificou de "inevitável" a efetivação de um sistema mundial de troca de créditos de carbono. Empresas britânicas Os líderes de 24 grandes empresas britânicas estavam no encontro. Segundo um relatório a ser divulgado em breve pela empresa Henderson Global Investors, do qual fala nesta sexta-feira o jornal Financial Times, as empresas britânicas desempenham um importante papel nas emissões de dióxido de carbono. O Reino Unido produz 2,2% desses gases, mas as 100 companhias que cotam na bolsa britânica, representam 1,6% do total mundial dessas emissões. As emissões geradas pelos produtos vendidos por cinco das principais companhias dos setores petroleiro e mineiro representam mais de um décimo das emissões globais de combustíveis fósseis. As empresas acham que as restrições a esse tipo de emissões "representam um forte desafio para os investidores de vários países". Segurança Rick Samans, diretor-executivo do Fórum Econômico Mundial, que convocou a reunião com Blair, afirmou que as empresas buscam "segurança, sobretudo quando lidam com investimentos que têm um ciclo operacional muito longo". "Quando alguém se propõe a construir uma usina de energia ou uma fábrica, a primeira coisa que quer saber é quais são as regras para determinar o risco e a rentabilidade das emissões", explicou Samans. Dos membros do G8, apenas os Estados Unidos se negaram a ratificar o Protocolo de Kyoto sobre a mudança climática, que exige aos países desenvolvidos reduzir suas emissões de gás de estufa em relação aos níveis de 1990. Segundo Andrew Sentance, chefe do departamento de economia da British Airways, "o horizonte temporário do Protocolo de Kyoto (que vence em 2012) não é suficiente para estimular os investimentos a longo prazo e as inovações necessárias para reduzir essas emissões". Entre as empresas que assinaram o pedido ao G8 estão também ABB, Alcan, BT, Cinergy, Deloitte, Deutsche Bank, E.ON, EADS, Hewlett-Packard, Río Tinto, Siemens, Swiss Re e Toyota.   mudanças climáticas

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