Endeavour levará laboratório japonês à estação espacial

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Por MICHAEL CHRISTIE
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O ônibus espacial Endeavour deve partir da Flórida, nesta terça-feira, a fim de entregar à Estação Espacial Internacional (ISS) a primeira parte de um imenso laboratório japonês. Além do módulo de armazenamento e equipagem para o laboratório espacial do Japão, cujo tamanho deve chegar ao de um ônibus de dois andares e cuja parte principal deve levada ao espaço no final de maio, o Endeavour carregará também um sistema robótico canadense dotado de dois braços. A espaçonave, que realizou sua primeira missão em 1992 e é a mais nova da frota sobrevivente de ônibus espaciais da Nasa (agência espacial dos EUA), deve partir às 2h28 (4h28 em Brasília) e ficar 16 dias em órbita -- 12 dos quais acoplado à ISS (na sigla em inglês). Essa promete ser a estadia mais longa já realizada por um ônibus espacial no entreposto orbital, um projeto de 100 bilhões de dólares que se tornou realmente multinacional neste ano, quando se instalou (no mês passado) o primeiro laboratório permanente da Europa. Agora, chegou a vez do Japão. A última parte do laboratório japonês, de 2,4 bilhões de dólares e chamado de Kibo ("esperança," em japonês), deve ser lançado no espaço no próximo ano. A área existente ao redor da ISS estará mais movimentada do que o normal durante a missão do Endeavour. O primeiro veículo de carga da Europa, o Veículo Automatizado de Transferência chamado Jules Verne, que funciona por controle remoto e que foi lançado da Guiana Francesa no sábado à noite, ficará rodando em volta da estação durante a visita do ônibus espacial, à espera de sua vez para acoplar. Os astronautas do Endeavour pretendem realizar cinco saídas ao espaço durante os 12 dias que permanecerem na ISS. Dois dias serão gastos na montagem de um par de mãos robóticas no guindaste da estação. O equipamento canadense, chamado de Dextre, possui 9 metros de comprimento da ponta de um braço à ponta do outro. E será capaz de instalar e de manusear elementos tão pequenos quanto uma lista telefônica e tão grandes quanto uma cabine telefônica. Os astronautas também pretendem testar, em uma de suas saídas ao espaço, uma técnica para consertar o escudo antitérmico dos ônibus espaciais, técnica essa elaborada depois do acidente de 2003 com o Columbia. Naquele ano, destroços danificaram a asa do Columbia no lançamento, fazendo que com o ônibus espacial se desintegrasse ao reingressar na atmosfera terrestre para pousar. Todos os sete astronautas a bordo dele morreram. Os EUA e a Rússia lideram o consórcio de 15 países que constrói a estação espacial. Do consórcio participam o Canadá, o Japão e 11 membros da Agência Espacial Européia. A Nasa tem dois anos para concluir a montagem da ISS, período depois do qual teria de aposentar sua frota de ônibus espaciais. (Reportagem adicional de Irene Klotz)

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