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Engenheiros da Nasa trabalham secretamente em foguete lunar

Projeto Júpiter foi descartado pela agência espacial, mas cientistas continuam a trabalhar nele nas horas vagas

Por AP
Atualização:

Durante o dia, os engenheiros trabalham no Ares, o projeto oficial do novo foguete que deverá levar astronautas americanos de volta à Lua. De noite, alguns atuam secretamente num projeto rival. Esses cientistas dissidentes e seus patrocinadores insistem ter criado um foguete alternativo que é mais seguro, mais barato e mais fácil de construir que os dois lançadores Ares projetados para substituir o ônibus espacial. Eles chama o projeto de Júpiter e, como Ares, trata-se de uma criação dos funcionários do Centro de Vôo Espacial Marshall e de outras instalações da Nasa. Os engenheiros envolvidos estão fazendo o trabalho nas horas vagas, com a ajuda de colegas aposentados e outros entusiastas. Um importante administrador do projeto Ares diz que Júpiter não passa de um rabisco num guardanapo, sem chance de funcionar. Um porta-voz da concorrência,  Ross Tierney, disse que engenheiros e empreiteiros que trabalham para a Nasa gostariam que os planos do Ares fossem revistos, mas têm medo de se manifestar nesse sentido. O projeto Júpiter está sendo revisto por uma equipe de 57 voluntários, de engenheiros a administradores da Nasa, disse Tierney. O esforço oficial para  a construção do Ares conta com milhares de funcionários. O chefe do Ares no centro Marshall disse que não tem como descartar a possibilidade de parte de seu pessoal estar envolvida no Júpiter. "Não sei o que as pessoas fazem fora daqui", disse Steve Cook. Mas ele afirma conhecer o conceito do Júpiter, e que não se impressionou. A Nasa fez uma análise informal do  projeto e concluiu que se trata de um esquema furado, baseado em números incertos. Enquanto isso, garante, o trabalho no foguete Ares 1 está tão avançado que o primeiro vôo de teste deverá ocorrer em menos de um ano. "Estamos chegando às porcas e parafusos deste foguete... não é um rabisco num guardanapo", disse. O debate reflete desentendimentos sobre os rumos dos vôos espaciais depois que a Nasa aposentar a frota de ônibus espaciais, em 2010. A agência pretende passar a  voar a com os foguetes Ares 1 (para astronautas) e Ares 5 (para grandes cargas) a partir de 2015. Espera-se que astronautas retornem à Lua até 2020.

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